Governador Tião Viana |
O governador petista do Acre, Tião Viana, afirmou que seu Estado se transformou em “rota internacional de imigração ilegal”. Atraídos pelo tratamento humanitário que o Brasil decidiu dar aos haitianos, chegam ao Acre cidadãos de outras nacionalidades. “Dominicanos vêm em grande quantidade, senegaleses chegam às centenas, atravessam a nossa fronteira também pessoas procedentes da Nigéria, do Marrocos, de Serra Leoa, de Camarões…”, disse Viana.
Em entrevista ao blog, o governador relatou que os imigrantes ilegais chegam pelo Equador, passam pelo Peru, estacionam na cidade acriana de Brasiléia e se deslocam para outros Estados. Os coiotes, como são chamados os agenciadores de imigrantes clandestinos, atuam sem que a Polícia Federal consiga reprimi-los. Alertado, o governo federal demora a reagir.
Viana resumiu o enrosco: “Temos que ser solidários, mas não há nenhum país no mundo que acolhe imigrantes que venham ilegalmente, com ou sem coiote, dá abrigo, alimentação e ainda procura emprego para eles. Isso, obviamente vai ter consequências que podem ser dramáticas para o Brasil. A África toda está olhando para essa rota que se abriu. Quando era o só o Haiti, já era um problema. Agora temos da República Dominicana à África.”
O governador reiterou sua decisão de processar a secretária de Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo, Eloisa de Souza Arruda, que o acusou de agir como um “coiote” ao enviar 400 haitianos para a capital paulista. “Eles estão indo para onde querem”, disse. “Não vou prendê-los. Ontem saíram dois ônibus. Amanhã saem mais ônibus. Segunda-feira saem outros. Isso não para.”
Viana declarou-se decepcionado com o colega tucano Geraldo Alckmin por permitir as “agressões” de sua assessora. E ironizou: “Quando chegam a São Paulo os bacanas de Nova York, os bacanas de Paris, os bacanas de Londres, eles não pedem licença. Por que o imigrante haitiano precisaria pedir?”
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Po Josias Souza