Somos um País de quase 200 duzentos milhões de habitantes, uma população que cresce desordenadamente de forma exagerada, temos um Governo Central, que ao invés de se preocupar com essa situação, incentiva esse crescimento populacional, quando paga por cada criança recém nascida, de famílias de trabalhadores rurais, um Auxílio Maternidade.
Não que isso por si, somente, esteja totalmente errado, a intenção de fato, era boa ao ser criado o Auxilio Maternidade, más ao invés de pagar ao trabalhador uma única vez, esse auxílio, o Governo deveria apoiar o trabalhador, especialmente os trabalhadores Acreanos, incentivando a produção da riqueza agrícola , comprando os produtos dos agricultores e garantindo o apoio necessário a essa produção.
O êxodo rural tem sido um problema muito sério, há vinte e cinco, ou trinta anos atrás, o Estado do Acre, e a maioria dos Estados da Amazônia ocidental, tinham uma maior população de pessoas vivendo no campo do que nas cidades, essa realidade, hoje é inversa, esses Estados, principalmente o Estado do Acre, possuía uma rica economia, nosso povo vivia principalmente da atividade extrativista, a borracha, era para muitos o que se aprendeu A chamar, de o “ouro branco”.
As grandes famílias que viviam nos seringais nativos de seringa, ao contrário de hoje, quanto mais cresciam, maior era a produção de borracha e através desta atividade, toda a família, formava uma grande empresa de produção, que de certo modo, estavam intrinsecamente ligados a produção e o trabalho, isso gerava riquezas.
Os trabalhadores podiam vender a carne de caça silvestre, a madeira, quelônios e etc... Anos depois, os vários Governos que se sucederam, não foram capazes de enxergar o grande problema que se avizinhava com a extinção da exploração da borracha, dai as famílias começaram a migrar para as cidades, que hoje são em sua absoluta maioria, bolsões de miséria, principalmente nas periferias.
É por isso, que existe tanta violência, marginalização e muita droga, quase todos os dias a polícia prende pessoas envolvidas com o tráfico, quase todas pobres, gente humilde que migraram para as nossas cidades, com a esperança de mudar a sua vida para melhor, más, de que modo ? Sem conhecimento, sem saber, gente humilde despreparadas para enfrentar os desafios da dura realidade das nossas cidades? “onde tudo o que se necessita se paga”.
Isso nada mais é do que o reflexo da política errada dos Governos para com o trabalhador, principalmente o trabalhador rural, se esse trabalhador não trabalha mais na produção da borracha, não pode derrubar o roçado, não pode vender a madeira, não pode vender a carne de caça, não pode desenvolver a pecuária, então a única alternativa que lhe resta, é como disse anteriormente, vir para a cidade, e ao chegar aqui, a situação, com raríssimas exceções é ainda pior.
Conheço famílias que deram um jeito de construir uma pequena casa, muitas em quintais de outras, quase sem acesso, sem esgotos, usam privadas, energia de rabichos, água, cedidas de outras residências, tudo isso tem um custo, uma realidade brutal, algum pouco dinheiro que conseguem vem da bolsa família, insuficiente para bancar os custos dessas famílias.
Diante dessa realidade, os filhos homens, em sua maioria se envolvem com violência e drogas, se observarmos a população carcerária de todas as cidades acreanas, vamos nos deparar com uma péssima estatística: quase 100 % cem por cento dessa população é composta por jovens que possuem menos de 30 anos, todos com raríssimas exceções, são filhos de famílias pobres, a maioria daquelas famílias que migraram para as cidades, as filhas mulheres, muitas se prostituem, outras até não se prostituem, más geram filhos, que são criados de qualquer jeito pelos avós...
Se vocês pensam que a estatística acabou, vejam nos cartórios os registros de óbitos, causados por violência entre jovens, a maioria desses jovens que já estão sepultados, também são filhos daquelas famílias que migraram para as nossas cidades... Más, o que fazer diante desta duríssima realidade? Acredito! Que além do Governo do Estado, precisar rever e mudar a sua política para o “homem do campo”, Todos os Governos: Federal, Estadual e Municipal, precisam urgentemente implantar em nossas cidades, a Educação de tempo Integral, mais educação e alimentos para os filhos dos mais pobres.
Finalmente devo aqui dizer, para ser justo, o que vai de encontro a muitos que lerão este artigo, “que já é hora do Governo Federal, começar a controlar a natalidade”, quem não pode sustentar e educar seus filhos deve gerar menos filhos, o Governo precisa urgentemente acompanhar essa questão social, deve estimular nas escolas, nas associações de moradores e comunidades rurais, aulas e palestras sobre” Educação Sexual Preventiva”. TUDO ISSO, SE FAZ NECESSÁRIO DE FORMA URGENTE, ENQUANTO AINDA HÁ TEMPO...
Por Esperidião Menezes Júnior, Tarauacá online.