A presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC), esteve em La Paz, Bolívia, para tratar com autoridades do Departamento de Migração e parlamentares da Câmara e Senado boliviano sobre as dificuldades enfrentadas e o clima de tensão vivido por estudantes universitários, produtores rurais e até de presos que cumprem pena em presídios na Bolívia.
Perpétua Almeida anunciou nesta quinta-feira, 14, que está acompanhando com atenção a situação dos brasileiros que cumprem pena no presídio Vila Bush/Bolívia, situado na fronteira com Brasiléia/Acre, onde na última segunda, 11, após rebelião, um acreano foi assassinado e outros quatro brasileiros ficaram feridos.
A deputada lembrou, ainda, que vem tratando com o Ministério da Justiça, Itamaraty e Embaixada brasileira em La Paz da possibilidade dos presos brasileiros cumprirem penas nos presídios do Brasil, conforme garantem acordos do MERCOSUL. "Essa situação é preocupante e deve ser acompanhada de perto pelo governo brasileiro, pois ela exige muita atenção. Cada preso deve pagar pelos crimes que cometeu, mas precisamos ficar atentos às disputas nas fronteiras, evitando que se crie um clima insustentável para as relações de vizinhança", disse Perpétua.
18 mil brasileiros estudam hoje na Bolívia - Perpétua Almeida anunciou, ainda, que acordou com parlamentares bolivianos a realização de audiência pública no Congresso Boliviano, com a presença de parlamentares brasileiros, para tratar da situação dos mais de 18 mil brasileiros, sendo seis mil acreanos, que estudam hoje na Bolívia. Além disso, parlamentares da Bolívia e Brasil visitarão as cidades de Santa Cruz e Cochabamba para acompanhem in loco os problemas enfrentados pelos estudantes.
Estudantes relataram à deputada Perpétua que os maus-tratos por parte de policiais bolivianos, dificuldades na emissão de vistos, altos preços cobrados na emissão de diploma de conclusão de curso e falta de estrutura nas universidades são os principais problemas enfrentados pelos jovens que hoje estudam em cidades bolivianas. Em Santa Cruz, por exemplo, uma das maiores cidades universitárias, com 10 mil estudantes, a desorganização administrativa das universidades locais e dificuldades para obter notas e documentação escolar são as principais queixas. As denúncias serão discutidas durante audiência pública.
(assessoria)