A piscicultura ganhará grande incremento em Tarauacá e Feijó com a construção de açudes (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Para estimular o crescimento da economia rural na região de Tarauacá e Feijó e, assim, estabelecer uma classe média rural no Acre, o governo do Estado desenvolve um plano de ações com apoio da Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof).
O secretário Lourival Marques explica que a cadeia de produção inclui investimentos na fruticultura com a plantação de bananas, açaí e outras culturas, plantação de grãos (arroz e milho), mecanização agrícola, piscicultura, investimentos em Planos de Desenvolvimento Comunitários (PDC) e avicultura.
O cultivo do açaí terá papel cada vez mais importante na economia dos municípios (Foto: Arquivo/Secom)
Piscicultura – Lourival Marques informa também que para os projetos na área de Tarauacá a Seaprof já tem a garantia de construção de 75 açudes que serão feitos com recursos do Ministério da Pesca. Nessa atividade serão investidos R$ 412,5 mil.
“Outros 75 tanques serão construídos com equipamentos próprios, do governo, que foram adquiridos pelo governador Tião Viana quando foram feitos investimentos de R$ 37 milhões em máquinas que estão auxiliando na piscicultura e mecanização agrícola”, detalha Marques.
De acordo com o secretário de Produção, nos dois anos de gestão de Tião Viana a Seaprof registrou a construção de aproximadamente 200 açudes. “Trabalhando inclusive nas comunidades mais distantes, também no entorno da BR-364, dos polos e das outras regiões da cidade. Em 2013 vamos ter cerca de 350 açudes somente em Tarauacá”, acrescenta.
Diante da expansão da cadeia produtiva de peixes no município, o secretário sugeriu que o prefeito Rodrigo Damasceno promova, na Semana Santa, uma Feira do Peixe de Tarauacá. No biênio 2011/2012 foram construídos 110 tanques na região de Feijó. Para 2013, Lourival Marques assegura que já estão garantidos os recursos para a construção de 75 tanques com recursos do governo federal e mais 75 tanques com equipamentos do governo do Estado. “Serão 150 famílias este ano, e com as outras 110 contempladas em 2012 e 2011, nós vamos fechar 2013 com 260 açudes no município de Feijó”, frisa o secretário.
Extensão Indígena – Nesse setor a Seaprof atua para auxiliar nas políticas que fomentem a produção sustentável e valorização cultural e também a extração e o manejo sustentável de recursos naturais. De acordo com dados da Secretaria de Produção, somente em Tarauacá estão sendo investidos R$ 140 mil com recursos próprios e outros R$ 382,791 mil com recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES). Já em Feijó serão investidos R$ 569,39 mil com recursos próprios e R$ 1,092 milhão com recursos do BNDES.
“São recursos para compra de equipamentos e apoio a produção para os nossos indígenas”, disse o secretário de Produção.
Fundo Amazônia – Nesses investimentos estão incluídos a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), mecanização agrícola, fruticultura, grãos e avicultura.
O governo do Estado investe na mecanização agrícola (Foto: Angela Peres/Secom)
Com o trabalho de Assistência Técnica Rural, a Seaprof assiste, em Tarauacá, 775 famílias com recursos da ordem de R$ 2,471 milhões. Em Feijó os investimentos com a assistência são da ordem de R$ 1,6 milhão e atendem 483 famílias. Na ação para apoio à mecanização, o governo prevê o trabalho com máquinas no apoio à agricultura em 1.450 hectares. Para isso, serão injetados R$ 2,175 milhões. Em Feijó, 64 propriedades, num total de 127,6 hectares, serão beneficiadas com o trabalho de mecanização agrícola. No município, somente nesse setor, os investimentos chegam a R$ 196 mil.
O trabalho de assistência técnica será levado para aproximadamente 1.300 famílias em Feijó e Tarauacá (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Para o trabalho de plantação de frutíferas, a Secretaria de Produção investe em Tarauacá no cultivo de banana, abacaxi, graviola, caju, cupuaçu e acerola. Para estimular esse ramo da economia rural estão sendo aplicados recursos na ordem de R$ 1,775 milhão. Em Feijó os investimentos incluem investimentos na plantação de açaí do tipo “solteiro”. A estimativa da Seaprof é de que as 430 mil mudas, que são produzidas pela própria secretaria em parceria com um projeto de ressocialização de educandos, sejam plantadas num área total de 1.075 hectares. Para isso, o governo aplica R$ 1,29 milhão no plantio de açaí.
Para o cultivo de grãos em Tarauacá, estão sendo injetados R$ 63 mil (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Para o cultivo de grãos (arroz, milho e mucuna) em Tarauacá estão sendo injetados R$ 63 mil. Já na avicultura, com o fomento na distribuição de 40 mil pintos, 30 mil quilos de ração, 295 kits de galinheiro e 50 kits de ferramentas, o Estado estima investir R$ 60 mil. Em Feijó, para estímulo na avicultura com a distribuição de 31 mil pintos, 24 mil quilos de ração e 315 kits, o município deverá receber recursos na ordem de R$ 150 mil, ainda em 2013.
Proacre – Por meio do Proacre, os municípios têm investimentos com os Planos de Desenvolvimento Comunitário (PDCs). Serão disponibilizados 24 PDCS, que deverão ser divididos entre as duas cidades, no valor total de R$ 2,88 milhões.
“A divisão desses PDCs está sendo discutida com a Secretaria de Meio Ambiente [Sema], prefeituras e com as comunidades. Esses planos permitem uma discussão muito bonita, porque é a sociedade rural que define o que eles querem de investimentos para as suas associações. São recursos utilizados nas comunidades mais isoladas do Estado”, completa Lourival Marques.
PAA e PNAE – Com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o governo do Estado beneficia, em Tarauacá, 20 entidades com a compra da produção de 100 produtores rurais. Em Feijó, 50 produtores participam do programa, que beneficia 10 entidades.
Em Feijó, 50 produtores participam do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que beneficia 10 entidades (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
Já com o Programa Nacional de Alimentação Escola (PNAE), o governo do Estado faz a aquisição de alimentos de 270 produtores das duas cidades. Os produtos são utilizados na merenda das escolas públicas. “Há casos em que uma família de produtores que atua no trabalho rural vende sua produção que será consumida na escola próxima a sua casa pelos próprios filhos. Isso agrega valor à alimentação das crianças e valoriza o trabalho desses homens e mulheres que vivem do que plantam nas lavouras”, acrescenta.
Nayanne Santana (assessoria)