Tarauacá
POR ISAC MELO: O século XIX é um século de grandes explorações na Amazônia. Surgem as famosas expedições de Francisco de Orellana, William Chandless, Henry Walter Bates, Alfred Russel Wallace, Spix e Martius, Francisco Castelnau e Deville, sem falar nos inúmeros exploradores que subiam os rios amazônicos em busca das chamadas "drogas do sertão" e, posteriormente, atraídos pela borracha.
É difícil precisar quando a região de Tarauacá começou a ser povoada. Sabe-se que em 1850, o Padre Constantino Tastevin, no seu livro Le Fleuve Juruá, refere-se a um amigo português que subiu frequentes vezes o Juruá até Marari, e até mesmo ao rio Tarauacá, para troca de produtos europeus com os índios, que cambiavam produtos nativos da região. Mas um dos primeiros a percorrer a região foi João da Cunha Correia, este já em 1854 havia divisado as águas do "rio das tronqueiras".
A Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (IBGE 1957 e 1960) por sua vez ressalta que a exploração das terras marginais do “Tarauacá”, intensificou-se a partir de 1877, com a emigração de nordestinos. Em 1899, um grupo de imigrantes chega à confluência do rio Muru com o Tarauacá, fundando aí, o seringal “Foz do Muru”, que em breve cresceu de importância, pois era aí o ponto de partida para as explorações dos altos rios. O marco inicial, porém, da verdadeira história da desbravação da região, a se ter notícia positiva, data do ano de 1890, quando um grupo de desbravadores penetrou nos rio Muru e Tarauacá, na exploração de demarcação de longas faixas de terras, e formaram os primeiros seringais.
Seringal Foz do Muru, desenho em bico de pena de Percy Lau a partir de uma fotografia. Da esquerda para a direita: barraca do motorista de rio; barracão, morada do proprietário e sua família; barraca, hospedaria dos empregados; armazém e loja. No porto, batelões com motogodile à popa. Este conjunto erguia-se à margem direita do rio Muru, cuja foz, no rio Tarauacá, estava a cerca de duzentos metros, a contar do barracão, para a esquerda de quem vê o desenho. Antes de serem tragadas pelo rio, essas contruções foram demolidas. (informações em TOCANTINS, Leandro. Os olhos inocentes. São Paulo: Philobiblion, 1984. p. 201)
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