Seminário discute o estudo da cultura indígena nas escolas

Liderança indígena Zezinho Yube

Na manhã desta quinta-feira, 19, representantes de vários órgãos do Estado e gestores das escolas de ensino fundamental reuniram-se no auditório da Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE) para o II Seminário de Educação das Relações Étnico-Raciais, que colocou em discussão a inserção do estudo da cultura indígena no currículo escolar.

Durante o encontro, foram debatidas questões voltadas para a inclusão social dos povos indígenas e a conscientização das relações étnico-raciais nos ambientes escolares, tendo como principal ponto os desafios da Lei 11.645 de 2008, que inclui, além de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, o ensino de História e Cultura Indígena.

Francisca Bezerra, da coordenação de Ensino Fundamental, explicou que a implementação do ensino de outras culturas promove uma maior conscientização dos jovens e ajuda a realizar uma releitura do convívio social. “Quando existe o preconceito, ele tende a se manifestar de forma violentas. Para impedir que isso aconteça, buscamo trazer a reflexão ao longo dos trabalhos realizados nas escolas”, disse a coordenadora.

Representando o Fórum Permanente de Educação Étnico-Racial, Almerinda Cunha disse que a parceria entre com a SEE ajuda a concretizar o principal objetivo do fórum, que é o de auxiliar as escolas nas atividades que precisam de um cuidado mais delicado.

A substituição dos estereótipos que cercam os indígenas, como “preguiçosos” e “selvagens”, foi um dos assuntos que Zezinho Kaxinawa mencionou durante seu discurso. “Esses povos dependem muito de ações como esta, para que tenham seus direitos reconhecidos e seu modo de vida respeitado”, enfatizou.

Há, atualmente, cerca de 18 mil indígenas vivendo no Acre. Eles ocupam áreas próximo às bacias dos Vales do Juruá e Purus e se dividem em três grandes grupos linguísticos: Pano, Aruak e Arawa.

(Assessoria SEE)

1 Comentários

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  1. Enquanto isso seguimos assistindo a mortes de crianças por diarréia, a contaminação das aldeias por H1N1, a não demarcação das terras, o abandono das escolas indígenas, o silêncio covarde e omissão da Funai e uma falta total de políticas públicas voltadas para as populações indígenas de nosso Estado, sejam as que vivem nas aldeias sejam as que vivem nas cidades.

    Ainda bem que os povos indígenas não se calaram e não se venderam por migalhas. Centenas de lideranças se encontram acampadas na sede regional da Funai lutando por seus direitos.

    O dia do Índio, no Brasil e no Acre em especial, é de muita vergonha e tristeza.

    Lindomar Padilha

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