Chaga do Vale: "Cabra de Lampião"


Me chamo Chaga do vale 
Aqui de Tarauacá 
Um dos nomes mais conhecidos 
Do Vale do Juruá 
Quando amanheço zangado 
Eu capino de machado 
E faço o sol esfriar 

Um dia encontrei um “cabra” 
Com fama de valentão 
Com uma faca na cintura 
E um revolver na mão 
Perguntou pelo meu nome 
E eu disse pro cidadão 

Esse cabra deu um grito 
Soltou a arma no chão 
Saiu igual um jumento 
Rinchando de mato a dentro 
Botando tudo no chão 

Com dois dias o encontraram 
La na beira do “pavão” 
Com as duas mãos na cabeça 
E o joelho no chão 
Ele contou pra um soldado 
Que tinha se encontrado 
Com um cabra de lampião 

Eu não gosto de mentir 
Nem gosto me “gabar” 
Sou da terra da mulher bonita 
Que dá gosto a gente olhar 
E do abacaxi gigante 
Que maduro o viajante 
Não consegue carregar 

As vezes fico pensando 
Quando a morte me buscar 
Eu não estou preparado 
Nem vou me preocupar 
Vamos travar um duelo 
No braço ou no cutelo 
Difícil é eu me entregar 

Sei que a morte é jeitosa 
Isso eu já tenho notado 
Procura levar o homem 
Já fraco e debilitado 
O sujeito nem tem ação 
Ela com a foice na mão 
E o cabra desarmado 

Se eu perder pra ela 
Perco a dignidade 
Por que de faca eu não vou 
Sou homem não sou covarde 
Eu vou fazer um pedido 
Com toda sinceridade 
Na minha sepultura 
Faça as palavras corretas 
Aqui já dorme o poeta 
Mais valente da idade. 

(Autoria: Chaga do Vale)

1 Comentários

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  1. EITA CABRA DA PESTA, AINDA FILHO DE TARAUACÁ, MAS QUERO VER SI TU É VALENTE NO DIA QUE ME ENCONTRAR! HEHEH VALQUID DE TK, NAO MUITO BOM DE VERSO.. MAS SE QUIZER UM DUELO MARCAR É SO MI COMUNICAR!

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