Na sessão da Câmara dos Deputados desta quinta-feira, o parlamentar Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi capaz de mais uma indelicadeza que pode lhe custar o mandato. A mostrar a sua indignação ao novo projeto que quer combater a homofobia nas escolas, apelidado de Kit Gay 2 pelo deputado, ele afirmou: “Dilma Rousseff, pare de mentir! Se gosta de homossexual, assuma! Se o seu negócio é amor com homossexual, assuma, mas não deixe que essa covardia entre nas escolas do primeiro grau!”, esbravejou no púlpito da casa.
A reação foi imediata, o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), em seguida, disse: “O que nós ouvimos aqui hoje foi um discurso que, se entendi direito, faltou com o decoro parlamentar ao fazer insinuações a respeito da própria presidente da República, quando acho que a opção sexual de qualquer ser humano, deputado, é uma questão de foro íntimo desse mesmo ser”.
Acostumado a se envolver em polêmicas par ganhar mídia, Bolsonaro pode ter cutucado a onça com vara curta. O coro sobre a quebra de decoro do deputado só aumenta. A vice-presidente do Senado já cobrou uma postura enérgica do presidente da Câmara. “Eu não sei nem o que dizer de tão absurdo. Além de repetir, ele deu um passo além. Como mãe, mulher, senadora e vice-presidenta desta Casa, peço ao presidente Marco Maia tome providência enérgica. É preciso dar um freio de arrumação, houve falta de decoro parlamentar. Ele tem ofendidos pessoas, cidadãos comuns e, agora, a própria presidenta da República”, disse Marta que em campanha a prefeitura de São Paulo chegou a questionar a sexualidade do atual prefeito, Gilberto Kassab, em peça publicitária por qual ela mesma se desculpou posteriormente. Para a sexóloga, a homossexualidade de alguém não é motivo de desonra, mas pertence ao foro íntimo de cada um.