Tudo começou há dois anos. A dona de casa, Antônia Luiza Lopes de Oliveira, 46 anos, recolhia o cortinado no quarto de sua casa no Bairro da Várzea, onde morava, quando sentiu um movimento em sua perna esquerda, como se tivesse levado uma pancada, mas nada avistou. Daí pra frente, ela passou a sofrer de uma dor intensa na perna e nunca mais conseguiu caminhar. Já procurou vários médicos que não conseguem diagnosticar o problema. Além da doença, coisas estranhas começaram a surgir dentro de casa, barulhos e objetos que caem sem explicação.
Para se livrar do problema, o carpinteiro Adílio Correia da Silva, 46 anos, marido de dona Luíza, decidiu vender a casa e se mudou para o Bairro Olivensa, na margem direita do Rio Juruá. “Os vizinhos aqui diziam que essas coisas eram da casa e eu tinha que fazer alguma coisa. Minha mulher lavava roupa para fora e parou de trabalhar, eu também deixei o meu trabalho de vigia para cuidar dela”, comenta seu Adílio.
A venda da casa de nada adiantou. Pelo contrário, os problemas se tornaram mais intensos e coisas cada vez mais estranhas passaram a acontecer, segundo a família. Além do que já sucedia, objetos, móveis, roupas e até a própria casa passaram a pegar fogo de maneira inexplicável. Seu Adílio já teve que apagar o fogo no colchão, no sofá, no armário, em vários cantos da casa, em alimentos e até nas roupas. “Os prejuízos são enormes”, lamenta.
Encontramos seu Adílio pescando no Rio Juruá, fomos com ele até em casa, enquanto tinha saído para a pesca, a esposa, a nora e um cunhado que ficaram em casa, mostraram uma camiseta que teria pegado fogo sozinha e ainda estava fumaçando. Eles também afirmaram que estavam dentro de casa quando de repente apareceu escrito na tábua do assoalho, um desenho do rosto de uma mulher e uma mensagem escrita. “Adílio eu quero você. Não brinque comigo é só o começo, vocês vão ver muito mais”.
De acordo com a família as mensagens desaparecem e surgem em outras partes da casa e também através de bilhetes sempre escritos por uma grafia difícil de entender.
O fenômeno causa espanto nos vizinhos. A aposentada Nair Ferreira de Freitas que mora ao lado, já pediu várias vezes aos filhos para debelar o fogo quando seu Adílio não está em casa. “Só que eu mesma nem chego perto, tenho muito medo. Uma coisa eu posso dizer que é tudo verdade, isso é quase todo dia”, afirma.
Já a outra vizinha, Maria Ferreira dos Santos, 60 anos, já perdeu o medo. Ela conta que atualmente, dona Luíza, passa de dois dias praticamente desmaiada, com muita sonolência e precisa de cuidados. Enquanto presta auxílio à vizinha, a aposentada por várias vezes já teve que ajudar a apagar o fogo em móveis e objetos.
Seu Adílio diz que não sabe mais o que fazer, mas acredita que o que acontece é mesmo um fenômeno sobrenatural. “Eu sou católico, acredito em Deus e nunca tivemos desavenças com ninguém não sei por que isso acontece”, se expressa em tom de preocupação.
www.tribunadojurua.com – Genival Moura