Entardecer seringal Pacujá - Rio Tarauacá |
Estou a fazer seis anos fora do Acre. A cada ano que volto minha alma se renova. Ela então renasce das barrancas como a fênix das cinzas. Sou menino de seringal aprendendo a olhar o mundo, vasto mundo, como diria Drummond, mas não sirvo para rima. Remar é o que sabe um filho dos rios. Remar para viver. Viver para amar. Pois afinal, amar é como um rio, raso, profundo, belo, atraente, porém, a esconder mistérios, perigos. Os rios me fizeram o que sou. Pariu meus pais. Construiu uma história. Fez um povo.
E do alto, quando o pássaro metálico atravessa os céus, o que se ver são os rios, abrindo caminho por entre o tapete verde, serpenteando, a encenar, no anfiteatro amazônico, o balé cósmico dos seres.
Pois bem, cheguei a Rio Branco dia 08 de Dezembro, num voo de BH, com escala em Porto Velho. Nossa capital está uma cidade bonita. É verdade que se tem muito a fazer, a melhorar. Mas são visíveis os seus avanços, a estética tem sido um diferencial. Como não se encantar com o centro histórico, as bibliotecas, o Calçadão da Gameleira...
E do alto, quando o pássaro metálico atravessa os céus, o que se ver são os rios, abrindo caminho por entre o tapete verde, serpenteando, a encenar, no anfiteatro amazônico, o balé cósmico dos seres.
Pois bem, cheguei a Rio Branco dia 08 de Dezembro, num voo de BH, com escala em Porto Velho. Nossa capital está uma cidade bonita. É verdade que se tem muito a fazer, a melhorar. Mas são visíveis os seus avanços, a estética tem sido um diferencial. Como não se encantar com o centro histórico, as bibliotecas, o Calçadão da Gameleira...
Às margens do Rio Acre
um aperto sentir em meu peito
e, por um momento, juro que vi,
os navios gaiolas a atracar
uma multidão a acenar
outras a chorar...
vi balsas de borracha
vi seringueiros,
vi os catraieiros pra lá e pra cá...
Levantei,
suspirei,
e comecei a chorar...
Invisto boas horas nas bibliotecas, estas, além de belas, têm um acervo razoável. A Biblioteca da Floresta é coisa linda, moderna. Pena que o acervo ainda é pequeno. Ao contrário da Biblioteca Pública Estadual, que além de concentrar beleza e modernidade, possui um bom acervo, sobretudo, na minha área de paixão, as letras acreanas. Lá saboreei versos de Robélia Souza, as crônicas de Florentina Esteves... e passeei pelos nossos poetas, romancistas... numa viagem encantadora.
Invisto boas horas nas bibliotecas, estas, além de belas, têm um acervo razoável. A Biblioteca da Floresta é coisa linda, moderna. Pena que o acervo ainda é pequeno. Ao contrário da Biblioteca Pública Estadual, que além de concentrar beleza e modernidade, possui um bom acervo, sobretudo, na minha área de paixão, as letras acreanas. Lá saboreei versos de Robélia Souza, as crônicas de Florentina Esteves... e passeei pelos nossos poetas, romancistas... numa viagem encantadora.
Biblioteca da Floresta Ministra Marina Silva - Rio Branco |
Biblioteca Pública Estadual - Rio Branco |
Museu da Borracha Rio Branco |
No Museu da Borracha, passei um dia inteiro debruçado sobre os jornais antigos de Tarauacá: O Departamento, Jornal Official, O Estado. Quanta coisa, meu Deus!, e tão pouco tempo. Tinha impressão que estava tocando a história, conversando com um amigo mais velho. Aquelas páginas estavam impregnadas de nostalgia. E de lá sai, amando ainda mais a história tarauacaense.
Para chegar a Tarauacá tomei um voo com destino a Cruzeiro do Sul, e depois um ônibus. Tarauacá deveria está uma das mais belas cidades do Acre. Porém, sofre, administrativamente, nesses últimos tempos. Mesmo assim, continua a terra de meu coração, a terra da esperança, a terra de gente forte. Estive no seringal Pacujá, no Rio Tarauacá, onde meus pais possuem uma pequena propriedade. Bons dias regalados a ingá de metro, pupunha, manga, graviola, pamonha. Sem contar as pescarias e outras cositas más.
Biblioteca Pública Estadual - Tarauacá |
Dia 27 de Janeiro retornei a BH. E comigo trouxe os versos do prof. Freitas em seus “Brados de Vida”, e o comentado romance do episódio do Tauari, “O Santo de Deus”, do mais novo imortal da Academia Acreana, Moisés Diniz. Porém, ainda espero receber do Moisés essa obra autografada. Estou a aguardar. Meu amigo Accioly me presenteou com o magnífico CD “Visões” de Rogério Craveiro. Um trabalho belíssimo e de alta qualidade, de um dos mais respeitados músicos tarauacaenses.
Assim vivi esses dias, na certeza de que a distância separa, mas o coração une. Volto fortalecido, renovado. Sou bendito! Deus me deu uma alma acreana...
Não quero ouro nem prata
me basta ser útil a humanidade
e saber servir
e saber amar
e saber perdoar...
Deus já recompensou
este filho da raça humana
dando-me uma alma acreana!
Meu amigo, Isaac!
ResponderExcluirSábias, palavras! Belo sentimento por estas terras acreanas.
I love Acre!