De acordo com estudos da ProSex - Projeto de Sexualidade da USP, 50% das mulheres encontram dificuldades para atingir o clímax da relação sexual.
E para algumas mulheres sexualmente ativas, a penetração não costuma ser o melhor meio de se atingir o orgasmo, por isso muitas delas acabam recorrendo ao sexo oral e à masturbação. "O orgasmo por penetração é uma questão de aprendizado da mulher", garante a terapeuta sexual Sylvia Manzano.
A falta de conhecimento do próprio corpo também pode dificultar o processo. Por isso, a mulher não pode ter vergonha ou medo de se estimular, de tocar nas próprias genitais. "Muitas mulheres, por falta de conhecimento, acham que o orgasmo acontece sem o mínimo esforço - sem conhecer o seu corpo, sem explorar suas sensações - esperando que o parceiro lhe dê esse prazer", explica Sylvia.
A terapeuta não descarta a possibilidade de o parceiro ter sua parcela de culpa. "Ele pode contribuir para que não ocorra um orgasmo vaginal. Por exemplo, um homem com ejaculação precoce não dará tempo para que a mulher, que é mais lenta na excitação, consiga atingir o clímax".
Questões psicológicas
Sylvia conta que as queixas sobre a dificuldade para atingir o orgasmo começaram a aparecer depois que a mulher entendeu que ela tinha direito ao prazer e teve coragem de reivindicar seus direitos. "Por isso, sabemos que várias delas não sabem o que é ter um orgasmo", afirma.
Diferentes fatores levam a mulher a não "chegar lá", e podem ser tanto físicos como psicológicos. "Dos físicos destacamos o uso de medicamentos para outras doenças, além de cirurgias e dores pélvicas", diz a terapeuta. "Porém, a maior causa é psicológica: desconhecimento do corpo, educação repressora, abusos ocorridos desde a infância, inadequação do casal por brigas frequentes, ciúmes, cobranças, e assim vai", completa. Mas Sylvia garante: "É muito difícil existir uma mulher anorgásmica, ou seja, que não consegue ter orgasmo de forma alguma". Ufa!
Para mudar essa situação, o ideal é procurar um terapeuta sexual. Ele poderá trabalhar os lados intrapsíquico (cognições, crenças errôneas e limitantes) e inter-psiquico (como ela se relaciona com os outros). "Há um grande trabalho de psicoterapia sexual, primeiro individual, depois com a parceria, para que a mulher se permita sentir prazer", explica Sylvia.
A falta de prazer
Apesar dessa dificuldade, a terapeuta afirma que há mulheres que vivem muito bem desfrutando do prazer da relação sexual com o parceiro, sem se importar em saber o que é orgasmo. "Mas aquelas que o buscam e não o encontram, podem passar a se "encolher" no sexo, ou seja, fazer com que o ato não seja importante e até fugir dele, alegando dor de cabeça ou falta de tempo".
O fato de a parceira se preocupar apenas com o prazer do homem também pode não facilitar o orgasmo. "Existe um grande mito de que os parceiros tenham que ter orgasmo simultaneamente. Não é assim. Ao fazer com que o outro tenha prazer, se excite e atinja o ponto alto da relação, a mulher se perde no caminho, não conseguindo chegar lá também", explica.
A dica mesmo é nunca fingir um orgasmo, pois além de estar enganando o parcerio, você estará se enganando também. Isso pode causar ansiedade na performance e angústia que desequilibram o relacionamento, alerta Sylvia. "O que deveria ocorrer com os parceiros é um diálogo franco de tudo que sentem", completa.
fonte: uol
texto extraído do site ContilNet