Conversei com Raimundo Rocha Ferreira, um tarauacaense de 41 anos de idade, casado, pai de 2 filhos, evangélico da Assembléia de Deus e um dos mais promissores empresários da nossa cidade.
Raimundo conhecido carinhosamente por "IRMÃO", é padeiro há mais de 20 anos e há 12 montou sua própria panificadora e se tornou autônomo. Atualmente é proprietário da maior panificadora de Tarauacá.
A PANIFICADORA ACREANA produz diariamente cerca de 4.000 pães e gera 11 empregos diretos. Além de produzir e comercializar pães e outros derivados do trigo, a ACREANA também disponibiliza a seus clientes uma grande variedade de estivas e outros produtos que compõem a cesta básica do tarauacaense. É, sem dúvida, a padaria mais procurada por conta do alto padrão de qualidade na produção de seus pães.
Raimundo Reclama:
Em Tarauacá existem 16 panificadoras para atender nossa população e, segundo Raimundo Rocha, apenas 4 são regularizadas dentro das normas legais e pagam mensalmente um alta carga de impostos.
Raimundo Rocha faz um alerta, no mínimo, inusitado.
Há mais de 5 anos que a Panificadora Acreana não vende pão nas ruas da cidade através de vendedores ambulantes e muitos padeiros ambulantes, espertamente, estão usando o nome da empresa para vender pães de outras padarias. Quando o consumidor pergunta se o pão é da Acreana o vendedor não hesita em dizer que sim.
O PÃO NOSSO DE CADA DIA - O pão segue os passos do homem desde a Antigüidade até os dias de hoje. Se no princípio a alimentação básica era a caça e a extração de frutas e raízes, posteriormente ele foi buscar outras formas de saciar a sua fome. A caça foi substituída pela criação de animais e o extrativismo deu lugar à agricultura como principal fonte de alimentação, período em que às sementes de trigo e cevada ganharam maior destaque. Milhares de anos A.C. já eram feitas broas de farinhas diversas, assadas sobre pedras quentes. No Egito o pão era tido como alimento básico da população, servindo de oferendas aos deuses e até como forma de pagamento. A utilização de fornos de barro e fermentação da massa foi desenvolvida pelos egípcios que o tornaram panificáveis. Mais de 400 padarias existiam em Roma na época do Império de Júlio César, pois significava poder, quanto mais um imperador realizava a distribuição de pães, maior era sua popularidade. Na idade média foram elaboradas na Europa algumas leis e regulamentos, obedecidos pelos mestres – padeiros, como exemplo, o juramento feito em praça pública de manter a qualidade dos pães. O país que mais contribuiu para a evolução da panificação moderna foi a França, o pão francês é encontrado em todo o mundo, destacando-se pelas características de ter um gosto suave e crocante.
Hoje em dia, as padarias tradicionais estão dando lugar a estabelecimentos comerciais com um mix de produtos diversificado, desde o início dos anos 90, elas estão se transformando em lojas que pouco lembram os tempos da caderneta, quando as contas do freguês eram anotadas. Atualmente muitas padarias encontram-se num estágio de transição, procurando adaptar-se à nova situação. Poderiam ser confundidascom um mini-mercado, uma loja de conveniências, uma delicatessem, uma “boutique” de pães ou tudo isto misturado. Um pouco de cada um, esta é a realidade da “nova padaria”.