Na entrevista comandada pelo jornalista Jorge Henrique, Binho Marques pôde responder aos questionamentos dos telespectadores em diversos setores de sua gestão (Foto: Luciano Pontes/Secom)
Em pouco mais de uma hora de entrevista concedida ao Jornal do Meio Dia, da TV Aldeia, nesta quarta-feira, 22, o governador Binho Marques abordou os eixos de sua administração à frente do governo do Estado e enfatizou ações de infraestrutura, o fortalecimento das redes de saúde, educação e segurança. Em resposta às perguntas feitas pela população, Binho Marques apresentou os resultados dos investimentos realizados durante os quatro anos de seu mandato que contribuíram para fortalecer a economia com base no desenvolvimento sustentável e chegar mais perto da meta de fazer do Acre o melhor lugar para se viver na Amazônia.
Entre os pontos principais da entrevista, o governador destacou as ações determinantes para o combate ao crime no Estado com o reforço no efetivo, implantação de sistema interligado entre polícias, construção e adequação dos espaços físicos de delegacias e presídios e aquisição de equipamentos. Binho Marques cita ainda a reformulação do quadro operacional e capacitação de pessoal como estratégia para oferecer um novo padrão de segurança. "A polícia que nós temos hoje é mais bem preparada, equipada e a terceira no Brasil em efetivo em comparação ao número da população. Se não fossem os investimentos feitos desde o início do meu governo, a situação que enfrentamos hoje, de crimes, estaria mais grave", disse o governador, ressaltando as particularidades geográficas do Estado com fronteira marcada por entradas, varadouros e floresta densa, sobrecarregando as ações no setor.
"O Acre não estava acostumado com isso, com esses crimes absurdos, essa violência, mas lembro que nós temos resolutibilidade em 80%, a mais alta do país. Antes não tínhamos isso aqui. Nunca mais teremos o Acre como no passado. Temos que ser justos, mas temos que ser duros ao mesmo tempo. Nossa polícia está prendendo em torno de 50, 60 pessoas por fim de semana. O problema que enfrentamos é que o Brasil tem legislação atrasada", define. Até o fim do ano o governador garante entregar um programa ainda mais eficiente de segurança que detalha o perfil dos infratores, resultando no melhor controle das ações criminosas.
Para reduzir o índice de violência o governo proporcionou a abertura de programas e cursos profissionalizantes, criação de alternativas de trabalho e de educação. "Quando assumimos o estado não tinha escola, o funcionário não era valorizado. A idade de quem está preso está aumentando. Esses jovens que cumprem pena são aquelas crianças que estavam fora da escola quando assumimos. Nos últimos anos construímos 35 novas escolas urbanas, com oportunidades, cursos de músicas. Somente o Instituto Dom Moacyr capacitou 30 mil jovens que podiam estar na marginalidade. O que estamos fazendo hoje vai ser sentido nos próximos 20 anos. Hoje o jovem tem mais oportunidades de trabalho do que tinha antes. Hoje não temos um preso em delegacia, que é prisão provisória, o que é uma situação comum no Brasil". Binho Marques anunciou na ocasião a entrega de novo presídio até dezembro.
Em resposta a um telespectador, o governador informou sobre a reestruturação e reinauguração da Fundação Hospitalar do Acre que a partir de novembro será transformada em Hospital de Clínicas e terá selo de qualidade de atendimento e serviço. Questionado sobre as dificuldades que enfrentou na área de saúde, Marques lembra que a maior está relacionada à contratação de médicos. "Criamos o ProSaúde que torna mais ágil a contratação de profissionais, mas eles têm que ganhar muito dinheiro senão não vêm. Os investimentos são altos, caminhamos pra ter um novo Pronto Socorro, a Fundhacre vai deixar de ser a velha fundação e se tornar um Hospital das Clínicas. Lembro que o papel do estado é a ação de alta e média complexidade, cirurgias, emergências, as situações do dia a dia é papel das prefeituras que têm situação econômica muito precária, mas que o próximo governo vai encontrar condição mais favorável nesse aspecto".
Entre as obras de construção e reformas realizadas para o setor durante seu governo, Binho Marques cita os hospitais regionais, hospital da criança, maternidade Bárbara, Heliodora, Hospital Materno Infantil em Cruzeiro do Sul, duas UPAs e unidades de saúde. Entre outras ações que deverão ser realizadas até o fim do ano estão a climatização do Hospital do Idoso e enfermarias da Fundhacre, inauguração das Organizações de Centrais de Atendimento (OCA) que reúne serviços de todas as esferas públicas de vários segmentos em único espaço. "A OCA vai servir pra todo mundo. O Acre apresenta um crescimento com Justiça, distribuição de renda. Queremos fazer um governo pra todos e pra todos é pra cada um".
Entre outros pontos citados na entrevista do governador Binho Marques durante entrevista à TV Aldeia estão a instalação da Zona de Processamento de Exportação do Acre criada para estimular industrialização de produtos acreanos "gerando mais emprego e uma cadeia produtiva em efeito cascata que beneficia todos os municípios localizados ao redor da área". Sobre a usina Álcool Verde ele lembrou que com a produção inicial de 7 milhões de litros de álcool este ano, considerada pequena para as projeções da empresa, em dois meses a população poderá sentir o impacto positivo "tanto no bolso quanto no meio ambiente".
Educação também foi assunto abordado pelo governador que destacou os investimentos na área que possibilitaram a ascensão do estado de último lugar na lista de desempenho dos estados para o décimo lugar do 1º ao 5º ano e em quarto lugar do 6º ao 9º ano. Ele acredita que o papel do futuro governador é disputar as cinco primeiras colocações. "O Acre tem, disparado, a melhor educação do Norte e do Nordeste. Quando assumimos não tinha ensino médio na metade dos municípios. Hoje até em comunidades mais distantes tem ensino médio e até faculdade. Os nossos professores concluíram curso superior e estão melhor qualificados".
Com um cronograma de muitas obras a serem concluídas até dezembro, Binho Marques faz questão de enfatizar que o desafio da BR 364 foi vencido. "Nós vencemos e quando falo nós, falo de um período que começou com o Jorge Viana. Só não estamos inaugurando por conta das chuvas do ano passado. São 3 mil trabalhadores na BR 364, 1.450 equipamentos tratores, caçambas e um trabalho de engenharia revolucionário. A cada 20 metros, tem corte transversal com drenagem, a cada 500 metros tem um colchão drenante. Essa obra é o maior feito do povo acreano, merece uma publicação, um livro, pra ficar na história da engenharia no Brasil. Nos últimos 4 anos foram investidos 1 bilhão de reais. É muito investimento, muita energia para concluir essa obra. Estamos entregando até o final do ano todas as pontes. A de Cruzeiro do Sul, sobre o rio Juruá, é uma ponte estaiada de 500 metros de cumprimento, uma das mais bonitas que eu já vi. É a maior ponte do Acre, Rondônia e Mato Grosso. E as do Purus e Envira também serão entregues. Essa é a estrada da liberdade, que vai libertar o povo do isolamento. O futuro governador deverá pegar uma carga pequena e deve concluir a BR já no primeiro ano de mandato pois faltam apenas de 50 a 70 quilômetros de asfalto. Fico feliz de tudo isso, mas com pena de não poder inaugurar. Quero ser convidado pelo menos pra cortar essa fita".
Agencia de Notícias do Acre