Esquenta a disputa para deputado federal no Acre

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É natural que em qualquer eleição a mídia concentre mais as suas atenções na disputa eleitoral aos cargos majoritários, presidente, governador e senador. No entanto, no Acre está acontecendo uma corrida paralela de tirar o fôlego às cadeiras na Câmara Federal. Como o Estado só tem oito vagas a eleição proporcional parlamentar se torna quase majoritária.
Numa análise baseada no volume de campanha dos postulantes a deputado federal a impressão é que se tem dez favoritos para ocuparem as oito vagas na bancada acreana. Nos próximos dias a disputa deverá se acirrar ainda mais porque é o período em que o eleitor consolida seus votos proporcionais. Por isso, as campanhas dos concorrentes deverão se intensificar até o dia das eleições.
As chances da oposição
Na oposição três nomes despontam como favoritos. Márcio Bittar (PSDB), Flavia-no Melo (PMDB) e Antônia Lúcia (PSC). Claro que poderá haver surpresas, mas os três concorrentes têm as campanhas mais visíveis. Para a oposição eleger dois deputados federais terá que alcançar um coeficiente eleitoral de 90 mil votos. Ultrapassando um pouco esse patamar, dependendo da votação da coligação adversária, poderá eleger até mesmo os três concorrentes com a famigerada “sobra” de votos.


No entanto, existem alguns aspectos importantes a serem considerados nessa equação política eleitoral da oposição. Márcio Bittar e Flaviano Melo fazem campanhas no Estado inteiro e navegam em céu de brigadeiro. Os dois são muito conhecidos da população e possuem estruturas partidárias consideráveis. Já Antônia Lúcia, tem tido alguns problemas com a fiscalização das eleições. Primeiro foi o caso do combustível num posto de gasolina de Rio Branco. Depois a apreensão de R$ 472 mil que, segundo a assessoria da candidata, seriam de uma doação à igreja a que pertence. Mas as investigações da Polícia Federal ainda não foram concluídas.


Como a votação de Antônia Lúcia deverá ser expressiva, uma eventual cassação da sua candidatura, poderá alterar o coeficiente eleitoral da oposição. Se isso vier a ocorrer, mesmo depois das eleições, os votos de Antônia Lúcia seriam anulados. Nesse caso hipotético, poderia haver uma mudança no quadro dos eleitos a deputado federal antes da diplomação ou da posse. Mas por outro lado, alguns magistrados da Justiça Eleitoral acreditam que a lei que determina a anulação dos votos dos cassados durante o processo poderá cair. É esperar para ver!



Frente Popular: intensa disputa interna

A princípio os prognósticos é que a FPA fará entre cinco e seis deputados federais. A coligação tem muitos nomes conhecidos, candidaturas estruturadas e, por isso, terá um embate interno de arrepiar os cabelos. Nesse caso, o perigo é o “fogo amigo”. No afã de garantir as suas eleições alguns candidatos poderão protagonizar escaramuças com os próprios companheiros de coligação.


Despontam como favoritos na FPA: Gladson Cameli (PP), Perpétua Almeida (PCdoB), Henrique Afonso (PV), Fernando Melo (PT), Léo Brito (PT), Sibá Machado (PT) e Taumaturgo Lima (PT). Outros candidatos podem estar correndo por fora e causarem surpresa. Mas a princípio são esses os nomes mais conhecidos e com maiores volumes de campanhas. Portanto, nessa hipótese, seriam sete candidatos disputando cinco ou seis cadeiras. Numa situação assim a definição só acontecerá por detalhes e os últimos dias de campanha serão determinantes para apontar os vencedores. Mas qualquer candidato da FPA que ficar na suplência ainda terá chances de vestir seu paletó de deputado em Brasília. Muitos processos durante a campanha eleitoral só serão decididos depois das eleições.



Mudança da bancada

Indiferente do resultado eleitoral na corrida à Câmara Federal já sabemos que deverá haver mudanças na bancada acreana. O deputado federal Sérgio Petecão (PMN) é postulante ao Senado. Nílson Mourão concorre à primeira suplência de senador de Jorge Viana (PT). Ilderlei Cordeiro (PPS) nem mesmo se candidatou à reeleição. Portanto, três deputados acreanos que já não voltarão ao Congresso Nacional. O que significa quase 50% de renovação natural dos nossos deputados.


Como comentarista político a gente argumenta e faz prognósticos. Mas o melhor é aguardar o resultado soberano das urnas. De qualquer ma-neira os eleitores acreanos deverão experimentar uma abordagem mais incisiva dos concorrentes a deputado federal nos próximos dias. Afinal é na reta final que se decide o voto proporcional. Por isso, não adianta ninguém ficar sonhando com o paletó de deputado deitado em berço esplêndido. O melhor são os candidatos irem para a rua pegar poeira, apertar a mão dos eleitores e convencê-los de que são as melhores opções para os acreanos na Câmara Federal.



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