Acusada de matar o marido, vereadora de Feijó diz que é inocente

Vereadora-Marleyde

A vereadora do município de Feijó, Marleidy Dourado, 29 anos, procurou a redação de A GAZETA para rebater as acusações do delegado Getúlio Monteiro, que afirmou em entrevista que a conclusão do inquérito policial que apurou a morte de Nilson Thaumaturgo Ferreira, 56 anos, marido da vereadora, não teria sido por acidente de trânsito e sim por assassinato encomendado por Marleidy.
A vereadora disse que resolveu prestar esclarecimento à população por que ainda não foi comunicada do encerramento do inquérito. Ela somente ficou sabendo através da mídia, com a entrevista do delegado em que ele afirmava que a teria indiciado por crime de homicídio tendo como comparsa um suposto amante.

“Lamento profundamente a forma como as investigações foram conduzidas pelo delegado. Sempre estive e estarei à disposição da Justiça, mas asseguro que as investigações do delegado foram tendenciosas e direcionadas a uma prévia condenação pública patrocinada pelo delegado, que antes de enviar o processo ao Ministério Público procurou a mídia para me acusar e fazer a população do município acreditar que sou uma assassina”, lamentou a vereadora.


A vereadora lembra que ficou casada com Nilson Thaumaturgo durante 14 anos e que o relacionamento do casal é perfeito. “Meu marido me ensinou muito. Foi ele quem me apresentou à política, me apoiou sempre. Hoje perdi meu porto seguro, o homem que sempre amei e ainda sou acusada de matar meu marido. Depois que o delegado falou na rádio do município que eu era acusada de assassinar meu marido, meus filhos se recusam a ir à escola, pois não suportam ouvir os comentários onde sou apontada como assassina. Minha família e eu sofremos com tudo isso”, afirmou Marleidy.


Marleidy afirmou que após provar sua inocência vai processar o delegado Getúlio  Monteiro, por crimes de calúnia, difamação e danos morais.


“O delegado chegou a fazer apostas nos bares da cidade de Feijó, ofertando uma caixa de cerveja que me prenderia nem que fosse por um dia. Uma das pessoas que ele propôs a aposta foi para meu advogado. Ele (o delegado), afirmou que sou assassina, que encomendei e participei do assassinato do meu marido, sem ao menos eu ter sido julgada e condenada, mas infelizmente ele não se ateve somente ao inquérito e deliberadamente resolveu acusar-me publicamente, e isso eu não vou perdoar”, afirmou.


A vereadora negou a acusação de ter um amante. Ela assegura que Monteiro direcionou os depoi-mentos das testemunhas e acusa o delegado de torturar psicologicamente o rapaz que ele aponta como amante dela.


“Para se ter uma idéia, o rapaz que o delegado afirma ser meu amante, é um jovem simples da zona rural que não sabe ler e assina o próprio nome com muita dificuldade. Esse jovem contou para a família dele que foi torturado psicologicamente para assumir que era ou foi meu amante e que assinou dois documentos sem saber o que estava escrito”, revelou a vereadora.


Segundo a vereadora, o delegado disse em entrevista que possui provas periciais que apontam crime de homicídio e não acidente de trânsito, mas ela assegura que o delegado pode ter laudos de simulação de assassinato, nos quais durante a simulação ele direcionava as testemunhas a afirmar o que ele queria ouvir.


“Para se ter uma idéia de como as investigações foram tendenciosas, o delegado chegou a debochar e ironizar as minhas testemunhas de defesa e durante o meu depoimento ele zombou de mim”, conta a vereadora.


O delegado Getúlio afirmou em entrevista que os ferimentos em Marleidy e o fato da motocicleta e os capacetes terem ficados intactos no  suposto acidente são provas de que foi um crime de assassinato. Mas ela rebate afirmando que sofreu um corte profundo na cabeça, escoriações pelo corpo, que o corte na cabeça teria provocado um traumatismo e que ela ainda sofre com as seqüelas.


“Realmente a moto e os capacetes ficaram intactos, mas eu sofri traumatismo craniano e tenho laudo médico que comprova isso, além das seqüelas de ter perdido a sensibilidade do lado direito do meu corpo. Mas a pior dor que sinto além de ter perdido meu marido em um acidente é ter sido condenada publicamente pelo delegado. Tenho amigos e familiares que acreditam na minha inocência, mas infelizmente muitas pessoas da minha cidade foram contaminadas pela irresponsabilidade de um delegado que se precipitou em condenar-me, sem chance de defesa”, finalizou.

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