O discurso do governador Binho Marques durante a formatura dos quase 600 novos soldados e soldadas da PM do Acre esta semana refletiu a gravidade do problema e a seriedade com que o Governo está tratando a questão da segurança no Estado. Binho começou pedindo um minuto de silêncio em homenagem à senhora Janete Silva de Morais, morta segunda-feira à noite com um tiro à queima-roupa durante um assalto no bairro do Bosque, e exigiu empenho total das Polícias Militar e Civil, desde os novos soldados até o seu comandante, no sentido de garantir um trabalho planejado permanente de combate ao crime e proteção à vida. "Gostaria de estar festejando a formatura de vocês, mas, infelizmente, o momento não é de comemoração. O momento é de responsabilidade e de assumir perante a população o compromisso de que sua proteção será assegurada", afirmou Binho.
A formatura dos novos policiais militares foi o coroamento de um trabalho planejado desde 2007, com o planejamento, a elaboração de editais, concurso público, defesa contra diversos recursos protelatórios, curso de formação e por último a contratação dos aprovados. Durante todo o período de formação, os novos policiais receberam normalmente, de forma que, muito antes dos policiais estarem atuando nas ruas, já estavam gerando despesas consideráveis para o Estado. "Assumir a contratação de quase 600 policiais foi um ato de extrema coragem do governador Binho", disse a secretária Márcia Regina, convicta de que a política de segurança pública do Governo do Acre está no caminho certo. "Desde o momento em que decidimos pela publicação dos editais, iniciamos os investimentos mais importantes que vão comprometer o Estado para sempre".
Combater a criminalidade é um desafio que o governo do Estado tem enfrentado com seriedade, empenho e muito trabalho. O Sistema de Segurança, somado à educação e à saúde, são os eixos prioritários de investimentos da gestão do governador Binho Marques. Por isso, o empenho tem sido cada vez maior para restabelecer na população a sensação de segurança e afastar das ruas quem não está em condições de conviver em sociedade. Em menos de quatro anos foram mais de R$ 100 milhões em investimentos na compra de equipamentos, aquisição e locação de cerca de 300 viaturas, capacitação e contratação de delegados, escrivães, peritos da Polícia Civil, construção, reforma e ampliação de penitenciárias, além dos 600 soldados e soldadas que reforçam o efetivo da Polícia Militar. O Helicóptero tem sido um instrumento estratégico indispensável no auxilio a várias operações.
O reforço no sistema de segurança pública já apresenta vários resultados, mas, convive com desafios como o número de solturas de presos que são beneficiados pela lei. Em 24 dias do mês de agosto, enquanto as Polícias Militar e Civil prenderam 108 pessoas, 173 foram soltas no mesmo período.
O principal desafio atualmente é, na avaliação da secretária Márcia Regina, fazer segurança pública sob um sistema de leis que não atendem mais as necessidades de justiça que a sociedade exige e com entendimentos judiciais impostos pelo Conselho Nacional de Justiça.
Essa ótica permitiu a soltura de mais de 860 presos nos últimos 4 meses no Acre. Muitos voltam a cometer crimes - e desta vez com possibilidade do aumento da violência. "De 55 homicídios, ocorridos no primeiro semestre na capital, 18% dos autores tinham o furto como primeira passagem pelo presídio", disse Márcia Regina. O sistema acreano enfrenta sérios problemas por causa do arcabouço de leis, além das interpretações dos Tribunais Superiores (STF e STJ) a que se submete a atividade de segurança pública.
[A informação é da agana]