CUIDE-SE: Hepatites matam mais do que a aids


A aids ainda é uma doença incurável e leva milhões de pessoas à morte em todo o mundo. No Acre, 486 casos foram confirmados e 85% deles estão concentrados em Rio Branco. Desse total, 199 pessoas morreram. Embora a aids seja uma das doenças mais perigosas e peça atenção redobrada às autoridades de saúde e à comunidade, as hepatites vêm superando os números de mortes. 

As hepatites B e C contaminam sete vezes mais os brasileiros que a aids, e por isso matam mais. No entanto, a aids tem mais visibilidade: recebe 13 vezes mais dinheiro do governo para campanhas educativas do que as hepatites.

De acordo com a Coordenação Estadual de Hepatites Virais, a taxa de mortalidade por um milhão de habitantes, entre 2002 a 2008, é grande no Acre. A hepatite B, por exemplo, apresentou em 2002, 25,0 de incidência e, em 2008, 27,9. Na Aphac (Associação dos Portadores de Hepatites do Acre), 203 associados morreram da doença desde 1993, ano em que foi fundada a instituição.

A hepatite C é a doença que causa o maior número de mortes entre todos os tipos de hepatite, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Mais de 70% dos casos desse tipo de hepatite se tornam crônicos.

Outro tipo de hepatite que também tem preocupado é a hepatite B, na qual cerca de 90% a 95% dos casos se tornam agudos. Esse tipo de hepatite atinge principalmente a faixa etária entre 20 e 59 anos.  A hepatite D ocorre normalmente em conjunto com a hepatite B, pois o vírus da hepatite D usa uma proteína do vírus da hepatite B para poder se desenvolver.  Em relação à hepatite A, atinge principalmente a faixa etária de até os 12 anos de idade. 

CUIDADOS

O Acre é um dos estrados onde a rede pública de Saúde disponibiliza vacinas para todos os tipos de hepatites.  Na hepatite A, a transmissão é fecal-oral, ocorrida por meio de água e alimentos contaminados ou pelo contato de pessoa a pessoa (contato intrafamiliar e institucional). 

As hepatites B e D podem ser transmitidas pela via sexual, pelo sangue (parenteral), pelo compartilhamento de objetos de higiene pessoal (alicates de unha, lâminas de barbear, escova de dentes), após confecção de tatuagens e colocação de piercings. Também é possível ocorrer contaminação durante procedimentos cirúrgicos e odontológicos sem a adequada biosegurança. A mãe infectada pode passar para o bebê (transmissão perinatal).

A principal fonte de contaminação da hepatite C na atualidade é o uso de drogas injetáveis, de forma compartilhada. Outras importantes fontes de contaminação são: a realização de transfusões de sangue sem realização de teste de detecção e o uso de instrumentos perfurocortantes sem esterilizar (agulhas de injeção, instrumentos de manicura, pedicuro, dentista, acupuntura, tatuagens, etc).

SINTOMAS

As hepatites podem ou não apresentar sintomas. Quando presentes, os sintomas são os seguintes: mal-estar, cefaléia (dor de cabeça), febre baixa, anorexia (falta de apetite), astenia (cansaço), fadiga, artralgia (dor nas articulações), náuseas, vômitos, prurido (coceira), desconforto abdominal na região do fígado e aversão a alguns alimentos e cigarro. 

A icterícia geralmente inicia-se quando a febre desaparece e pode ser precedida por colúria (urina escura) e hipocolia fecal (descoloração das fezes). A Hepatomegalia (aumento do fígado) ou a hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e do baço) também pode se apresentar como sintoma.

AÇÕES PARA 2011

Para redução da transmissão vertical do vírus da hepatite B, até 2011 o Ministério da Saúde irá intensificar a oferta de triagem sorológica a todas as gestantes que fazem o pré-natal no SUS (Sistema Único de Saúde) e todos os recém-nascidos de mães portadoras da doença receberão profilaxia – vacina e imunoglobulinas. 
(Ana Paula Batalha)

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