A criança sempre apresentou traços diferentes da família, diante das dúvidas a mãe decidiu fazer um teste de DNA, que comprovou a troca de bebês na maternidade há 15 anos.
A comerciante Ana Claudia Ramos, ainda muito abalada, procura informações da família que possa estar com seu filho biológico. Segundo ela, no dia do parto e no mesmo horário em janeiro de 1995, nasceu outro bebê com o mesmo peso, “ainda pedi para a enfermeira que estava na sala de parto ter cuidado, eu só comecei a desconfiar que ele não fosse meu filho biológico, porque é diferente dos outros membros da minha família. Foi aí que decidi fazer um exame de DNA, para tirar minha dúvida, o resultado foi frustrante para todos nós”, lamenta Ana Claudia.
A notícia trouxe desconforto para a família que tenta acalmar o adolescente, que está se sentido excluído após ser informado do resultado do exame.
Ana Claudia, já procurou ajuda no Ministério Público e busca informações sobre o paradeiro do seu filho biológico. Os registros nos documentos da maternidade mostram que a outra mãe que entrou em trabalho de parto no mesmo dia tem o nome de Maria Lucia F. Bezerra, que na época morava na Santa Luzia do Pentencostes comunidade da Zona Rural de Cruzeiro do Sul. A comerciante Ana Claudia entende que a essa altura não é possível destrocar os filhos, mas revela o desejo de conhecer o adolescente que é seu filho biológico, para tentar uma relação de entendimento e aproximação entre as duas famílias. “Quero encontrar meu filho e saber como ele é, a dor que eu sinto é a mesma de uma mãe desesperada por um filho que está desaparecido”, revela.
A diretora da maternidade, Fabiana Ricardo, disse que a instituição está tomando as devidas providencias. “Já solicitei o livro de arquivos da época em que as crianças nasceram, para tentar descobrir como aconteceu a troca de bebês”. Fabiana afirma que não tem conhecimento de como era feito o controle com as crianças que nasciam naquela época, mas já apurou que no dia da provável troca de bebês, não haviam médicos na maternidade, os procedimentos nas parturientes eram feitos apenas por parteiras.
Fabiana diz que atualmente tudo é feito para evitar erros, além dos dados colhidos na hora do parto, duas enfermeiras e um médico acompanham a saída da mãe e uma pulseira é colocada no braço da criança, com o nome do bebê.
O promotor de justiça, Ildo Maximiano, da Vara da Infância e da Juventude de Cruzeiro do Sul, diz que o Ministério Público ainda não conseguiu localizar a outra família, mas garante que todo apoio será dado para promover o encontro das mães. Por enquanto, Ana Cláudia, está apenas pedindo ajuda no Ministério Público, mas deve entrar com uma ação contra o Estado, para reparar os transtornos sofridos pela família.