Os sucessos de Auricélio Guedes agora em MP3

Foto: Arquivo pessoal

Naylor Jorge,
Do oriobranco.net

Após belas canções em discos e CDs e empolgar  em serestas por onde passa o cantor e compositor Auricélio Guedes lança  seu mais novo trabalho intitulado Unindo Canções desta feita em MP3. Com o romantismo de sempre ele tem um público seleto e capaz de encantar por onde passa. Seu último trabalho foi apresentando na cidade de Tarauacá, município onde já foi secretário de obras e depois recomeçou sua caminhada no cenário musical. O cantor reuniu todos os seus sucessos contidos em três discos, e as mais pedidas nas festas por onde passa, num trabalho de muitas e belíssimas canções. O artista está aproveitando para rever os fãs, como a taxista Edilene, que revela ser fã do cantor desde pequena.

Não tem Solução, Sinfonia do Amor, Mariposa Traiçoeira, Nostalgia, Natureza Ameaçada, donde estará my primavera, Noite de Amor, são algumas as mais pedidas em todos os lugares em que se apresenta. O cantor também tem uma das belas seleções de musicas castelhano, interpretando grandes nomes de famosos artistas dentre eles Antonio Marcos Soliz.

Um cantor que contagia com a voz e um violão mágico

Além de cantar as músicas que o povo gosta Auricélio Guedes tem uma coisa que o acompanha o faz a diferença o seu violão que faz a diferença. Capaz de fazer o seresteiro ir para o salão e mesmo sem estar com vontade. Como aprendeu a tocar desde de criança consegue colocar arranjos e mudar o ritmo a hora que bem desejar e  não importa que tipo de música. Durante anos ele fez parceria com o saudoso Geraldo Leite, até mesmo com Marquinhos, Carlos, Etinildo e Rubens na Saudosa Maloca, agora, toca aos sábados no novo, reformado e tradicional clube de Rio Branco o Sborba. Sua estréia no último sábado foi de casa cheia e muita alegria.  Ainda não tem contrato para as sextas-feiras, devendo ser contratado pela Assincra, dependendo de uma seresta que deverá acontecer de 15 em 15 dias no próprio Sborba.

A voz acreana que cantou e encantou corações apaixonados

“Venha de onde vier, chegue de onde chegar. Aquele amor que sonhei, será que eu sei, estou a esperar...Cinderela, eu sou. Cinderela, e o meu príncipe encantado vai chegar...”, fragmentos do poema Cinderela, que Geraldo Leite gostava de cantar em bailes, alvoradas e serestas

Geraldo Leite e Auricélio Guedes continuam sendo unanimidades do cancioneiro popular. Estas duas vozes privilegiadas cantaram e encantaram gerações de acreanos que sabem valorizar seus cantores, seus músicos, seus artistas, seus santos.

“Morreu um semeador de alegrias. Existem pessoas, como o Geraldo Leite, que vêm para a terra com a missão de fazer o bem, alegrando corações e mentes. Senti muito a sua partida. Ele era uma raridade, um amor de pessoa”, dizia, segunda-feira, entristecido com o prematuro acontecimento, o ex-governador Jorge Viana, às duas horas da tarde, na capela São João Batista, sob aplausos e lágrimas, mais propriamente na saída do caixão onde se encontravam os restos mortais do querido cantor.

Um dos momentos mais emocionantes do velório de Geraldo Leite foi quanto Auricélio Guedes, ao lado do caixão do amigo imóvel, começou a tocar e a cantar as preferidas músicas do seresteiro.

“Ele vai fazer uma grande falta para todos nós. Nunca concorri em nada com ele. O Geraldo Leite não gostava de disputas, e concorrências, e sim de comunhão. Mas o certo é que vai ser muito difícil alguém, algum cantor novato, lhe substituir”, dizia, com lágrimas nos olhos, o também mágico da voz e do canto, Auricelio Guedes.

A empresária da noite, Ademilde Pinheiro, proprietária do espaço dançante, Saudosa Maloca, disse que seu estimado amigo, Geraldo leite, cantou e encantou todas as gerações de notívagos e boêmios acreanos. Até mesmo porque todas as pessoas, de diferentes categorias sociais mesmo, amavam as músicas e a voz do saudoso cantor.

“Lembro-me que minha neta, a pequena, Clara Lis Roque, quatro anos de idade, ao saber da morte do Geraldo Leite, tristonha, disse: ‘ele cantou pra mim crescer’...”, lembra Ademilde, acrescentando que o querido interprete o acompanhava por mais de três décadas, nos seus bailes, nas suas festas, nas suas alegrias.

“Ele lutou com altivez até seus últimos momentos”

O cantor e ativista artístico-cultural, Carlinho Bahia, que conhecia Geraldo Leite desde o ano de 1988, disse segunda-feira, no velório do artista, que seu sempre amigo viveu intensamente, que era a voz, a alegria e o cantor maior dos acreanos.

“O Geraldo Leite fez acontecer vários casamentos em Rio Branco. Sua voz e suas músicas faziam as pessoas, os namorados se apaixonarem cada vez mais. Aquela felicidade dava em casamento. Eu mesmo dancei muito sob a voz dele, sonhei muito ouvindo seu cantar. O meu amigo teve uma bonita história. Você não encontra em nenhum lugar do Acre pessoas que falem mal dele, um ser amável que não sabia dizer não a ninguém”, testemunha , Carlinho Bahia, dizendo ainda que a maior emoção do Geraldo Leite enquanto cantor aconteceu no Carnaval da Gameleira, em 1995, momento em que se apresentou para uma multidão de foliões.

O senhor Antônio dos Santos Guimarães, que fez muita sonorização para os bailes e shows de Geraldo Leite, disse que o artista possuía uma voz inconfundível.

“O Geraldo Leite sempre foi o meu melhor vocalista. Fizemos muitos bailes pelo interior do Acre, e também em Rio Branco. Se você passasse a uns cem metros de distância e o Geraldo Leite estivesse cantando, automaticamente se sabia que era ele o dono daquela voz maravilhosa”, testemunha o empresário.

A senhora Elvenir de Lima Azevedo, funcionária da Câmara Municipal de Rio Branco que começou a trabalhar na instituição na mesma data em que o Geraldo Leite também passou a integrar os quadros do Parlamento Mirim, disse que o cantor sempre foi muito alegre com todos que o cercavam.

“Ele era alegre e responsável. Trabalhei com meu amigo trinta e três anos. Não vou esquecê-lo fácil”, diz Elvenir de Lima.

O instrumentista Bené do Cavaco, que havia sido convidado por Geraldo Leite para tocar em seu aniversário, que aconteceria no próximo dia 28 do mês em curso, disse que seu amigo era um guerreiro da noite e da alegria.

“Ele lutou com altivez até seus últimos momentos. Não passava para ninguém uma imagem doentia, e não gostava de falar sobre sua doença. Continuarei tendo um profundo carinho por ele”, sintetisa Bené do Cavaco.

“Sua voz é uma das mais bonitas do Acre”

O cantor Geraldo Leite morreu na noite deste domingo, aos 53 anos de idade, vítima de câncer no fígado, no Hospital Santa Juliana. Ele lutava contra a doença havia seis anos.

Amigo do cantor, o músico, hoje policial militar, David da Costa Coelho, o Bady Cassebe, que tocava guitarra no início dos anos 80, na Banda Tropical disse que o amigo vai deixar muitas saudades.

Fã e amiga de Geraldo Leite, a comerciante Lourdes Brilhante diz que o cantor possuía uma voz inconfundível.

Já o jornalista Raimundo Fernandes lembra que Geraldo Leite começou sua carreira musical cedo, aos quatorze anos de idade, no conjunto Os Siderais, em Xapuri, sua cidade natal.

“A voz de Geraldo Leite é considerada uma das mais bonitas do Acre. Dancei muito na Saudosa Maloca embalado por suas canções”, afirma o jornalista.

Em 1972, Geraldo Leite passou a morar em Rio Branco, no mesmo ano integrou o conjunto Os Mugs, banda que fez sucesso no Acre tocando as músicas da Jovem Guarda. Permaneceu no conjunto até 1976. Em 1977, passou a cantar na banda Os Bárbaros; em 78, no grupo Face a Face e, em 1982, na Banda Tropical. Foi destaque em três edições do Festival Acreano de Música Popular (Famp). Em 1980, com a melhor música; 81, melhor intérprete e melhor música.

Geraldo Leite gravou dois discos, o primeiro em 1986, e um CD em 2005. Por último, passou a se apresentar na Saudosa Maloca. Também era atração no Carnaval da Gameleira, lugar onde cantou para o maior público que prestigiou sua carreira artística.

O sobrinho de Geraldo Leite, Manoel da Costa Gallo, diz que o Acre perdeu uma de suas mais belas vozes. Para o pai de Geraldo Leite, o advogado e membro da Academia Acreana de Letras, Omar Sabino de Paula, o filho foi um homem exemplar.

fonte: http://www.oriobranco.net/noticia.php?id=2007