"Considero que há espaços para uma ação imediata da Aleac junto à bancada federal para pautarmos o Itamarati na questão do visto, que considero ser o principal problema. O excesso de exigências leva a que um elevado número de brasileiros esteja ilegal. Isso expõe os estudantes a todo tipo de exploração. O princípio da reciprocidade tão presente no Direito Internacional precisa ser restabelecido pelas autoridades bolivianas a partir de uma ação firme do Ministério de Relações Exteriores do Brasil. " (Edvaldo Magalhães)
Por Józimo de Sousa
Especial para A TRIBUNA
Depois de dois dias nas cidades bolivianas de La Paz e Santa Cruz falando e ouvindo (mais ouvindo que falando) políticos, autoridades do governo e brasileiros que estudam em universidades locais, o presidente da Assembleia Legislativa, Edvaldo Magalhães (PC do B), retornou a Rio Branco e ontem avaliou para A TRIBUNA a viagem que fez com mais oito deputados, dois secretários de Estado e um grupo de pais de acrianos que estudam em Santa Cruz.
De tudo o que se falou, se ouviu e se debateu na Bolívia, ficou a certeza de que daqui para frente a situação dos estudantes brasileiros (e são muitos, de quase todos os estados) não terá mais os ingredientes da humilhação, do desrespeito, das dúvidas e das incertezas.
Edvaldo, com paciência de monge, soube ouvir o rosário de lamentações levado às duas reuniões que a delegação do Acre manteve com estudantes de duas universidades de Santa Cruz.
Esses brasileiros vivem na Bolívia cercados de incertezas e medos. Não sabem como vai ser a vida depois de formado e se o diploma será revalidado em seu estado. Enfrentam problemas sérios para obtenção do visto, sofrem os mais diversos tipos de violência e quase sempre têm que pagar propina para obter um documento, seja um visto ou o registro de um boletim de ocorrência numa delegacia. O temor de que o pior aconteça é companheiro inseparável. Está presente em casa, na esquina ou no portão da faculdade.
Para medir a importância da visita da delegação do Acre aos estudantes que vivem no País vizinho, basta ler o que disse uma aluna do Ceará, no encontro com os deputados: “mesmo que não aconteça nada depois daqui, já valeu a pena a vinda de vocês. Pela primeira vez podemos falar dos nossos problemas para autoridades brasileiras”.
Presidente, por que a Aleac resolveu intervir na situação que envolve brasileiros que estudam na Bolívia?
A notícia da morte do estudante Jeferson Paro acabou mobilizando os pais e lideranças políticas. Foi natural que o debate tomasse conta do plenário da casa. Decidimos buscar uma aproximação maior do problema para termos a exata dimensão do mesmo. Como diz o povo: ver de perto a para contar de certo.
LEIA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA AQUI