14-Abr-2009
Auditores verificaram que, enquanto a mão-de-obra infantil era explorada nas ruas, os adultos ficavam em casa.
Crianças de quatro, cinco e onze anos foram encontradas trabalhando nas ruas de Tarauacá tinham em casa irmãos de 20 e 22 anos parados. O fato foi verificado durante uma fiscalização feita pela auditora da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) no Acre, Nilres de Souza.
A vistoria foi feita no período de 1o a seis deste mês e obedeceu a solicitação do Ministério do Trabalho. Além da presença de crianças trabalhando nas ruas também foi flagrada a exploração da mão de obra de adultos na área comercial da cidade. No município, segundo a auditora, exploração da mão-de-obra infantil está exposta aos olhos de todos, assim como parte dos adultos que trabalha sem possuir registro em carteira e enfrenta jornada excessiva de serviço.
Para Nilres de Souza, um dos problemas mais graves verificados pela fiscalização foi o fato de crianças trabalharem nas ruas enquanto os adultos, seus irmãos de 20 e 22 anos, ficavam parados em casa. “Para os adultos é mais fácil mandar as crianças para a rua porque elas não têm vontade própria e são mais fáceis de serem manipuladas. Eles próprios têm vergonha, ou simplesmente dizem que não vão”, afirma Nilres Souza. Ainda durante a visita que fez à casa das crianças, a auditora verificou que elas recebem o benefício do Programa Bolsa Família e que, na maioria dos casos, essa é a única fonte de sustento na residência de quase 20 pessoas.
Para Nilres Souza, o governo federal faz a sua parte, porém, não tem como fiscalizar todas as casas. “Apesar da pobreza, essas famílias podem perder o benefício, uma vez que o principal requisito para a sua adesão é a permanência das crianças na escola e longe do trabalho nas ruas. O fato é que muitas pessoas em uma só casa estão vivendo exclusivamente dessa renda enquanto as crianças trabalham. Isto é grave”, enfatiza a auditora.
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