A histórica vitória de Lula ganhou muito destaque nos principais jornais do mundo.
O The New York Times, por exemplo, publicou várias matérias sobre o assunto, com grande visibilidade e ênfase. O mesmo aconteceu com jornais e revistas da Europa e da América Latina.
A vitória de Lula foi a grande manchete do planeta.
Pudera. Em primeiro lugar, trata-se de uma ressureição política poucas vezes vista na história.
Há poucos anos, Lula, como ele mesmo diz, estava enterrado vivo nas masmorras do Juiz Sergio Moro e de seus procuradores políticos, que o condenaram sem provas, apenas com base em depoimentos extraídos de acusados em desespero e em adolescente power point.
Na época, diziam que Lula estava “acabado para sempre” e que o PT tinha sido “destruído”.
Era a voz corrente na imprensa corporativa que havia contribuído decisivamente para o golpe de 2016 e para o encarceramento político de Lula.
Mas, como uma Fênix real, Lula, que havia o feito o melhor governo da história do Brasil, ressuscitou de forma extraordinária para salvar-nos do neofascismo bolsonarista e pacificar e reconciliar o país, tarefa hercúlea, heroica, que só ele pode liderar.
Tal trajetória épica só encontra paralelo em figuras da magnitude de um Nelson Mandela, por exemplo, que saiu da prisão da Ilha Robben para acabar com o apartheid, reconciliar a África do Sul e livrá-la do isolamento mundial.
Em segundo lugar, e mais importante, a vitória de Lula, como bem assinalou o New York Times em vídeo amplamente divulgado, representa a possibilidade da salvação do planeta.
Bolsonaro tornou o Brasil um pária internacional, uma espécie de ovelha negra planetária, devido, em grande parte, ao seu ativo e abjeto antiambientalismo.
Ele jogou na fogueira dos interesses mais atrasados do nosso capitalismo selvagem todos os grandes avanços internos e externos feitos pelos governos do PT na área, como a grande redução do desmatamento e os compromissos internacionais significativos para a redução de emissões de gases do efeito estufa, e passou a investir em “passar a boiada”, metafórica e literalmente.
O mundo passou a temer, com razão, que Bolsonaro deixaria a Amazônia queimar, num processo irreversível que acabaria por levar o aquecimento global ao ponto desastroso do “não-retorno”.
Esse grotesco antiambientalismo, somado ao negacionismo científico, à misoginia, ao racismo, à homofobia, e, sobretudo, ao flerte constante com uma ditadura, tornaram Bolsonaro uma “persona no grata” para boa parte, senão a totalidade, dos países civilizados do mundo.
O Brasil, com Bolsonaro, passou a ser visto como um país muito pouco confiável, ou mesmo como séria ameaça para o futuro da humanidade e do planeta. Também como uma ameaça à democracia e à civilização, como Trump, seu amado líder.
Não é de se estranhar, portanto, o alívio da chamada “comunidade internacional” e das democracias com a eleição de Lula. A extrema-direita fascistoide e o negacionismo climático perderam seu principal bastião.
As grandes lideranças mundiais, Biden à frente, correram para reconhecer a vitória legítima e democrática de Lula, coisa que Bolsonaro se recusou a fazer.
Esses governantes sabem bem que Lula, único político brasileiro que conseguiu se converter numa grande liderança mundial, poderá contribuir, de novo, para a solução dos graves problemas internacionais, a começar pela crise climática, passando pela fome, pela crise econômica, pela guerra e pelo agravamento das tensões geopolíticas.
Lula, com toda certeza, usará seu grande poder de negociação e o amplo soft power do Brasil para contribuir com uma ordem mundial mais simétrica, multilateral, pacífica e próspera.
O BRICS, a África, o Oriente Médio, a articulação Sul-Sul e, sobretudo, a integração regional soberana, voltarão a ter centralidade em nossa política externa. Ao mesmo tempo, Lula deverá investir em boas relações com os EUA, a União Europeia e outros aliados mais tradicionais, como sempre fez.
Com Lula, a política externa brasileira voltará a ser universalista e pragmática, sem discriminações ideológicas, como as que impôs Bolsonaro, principalmente no período de desvario do singular chanceler pré-iluminista.
Com Lula, o mundo volta a respirar. Sem fumaça.
Postado por Blog do Miro
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Artigo perfeito!!
ResponderExcluirA história política de Lula foi, ao longo dos tempos, toda ela marcada por ingentes desafios, árduas batalhas, perseguições sofridas, superações e importantes vitórias como líder progressista e como presidente da República, amado por milhões e odiado por uma parte da elite nacional.
O ódio nutrido por uma parte da elite brasileira contra Lula se deve justamente ao sucesso do seu governo por dois bem-sucedidos mandatos. Imaginavam que um ex-metalúrgico de origem humilde, que passara fome e que vivera na miséria no agreste de Pernambuco, não tinha “capacidade” para governar o país. Enganaram-se redondamente. A aprovação do presidente Lula ao final do seu mandato foi fantástica: 87% dos brasileiros julgaram ÓTIMO o seu governo. Isso fez intensificar o ódio que as elites nacionais ultraconservadoras já nutriam contra Lula.
Então as classes dominantes, movidas por sua intensa aversão a pobres, começaram a vociferar contra Lula e Dilma, como cães raivosos a expelir seu babo de ódio pelos cantos da boca.
E quando perceberam que não conseguiriam vencê-los nas urnas em 2018, então passaram a tramar uma "saída". Impicharam Dilma, aclamaram Temer, condenaram Lula sem provas e tomaram o poder !!
Um jogo de cartas marcadas, uma grande farsa urdida com propósitos claramente políticos e que certamente será lembrada pelas gerações futuras como uma das páginas mais sórdidas, tristes e iníquas da história do Brasil.
Tentaram excluí-lo da vida política e deletar seu nome da memória do povo, “mas tal qual uma Fênix” ele ressurge como um triunfo da vida sobre a morte, da civilização contra a barbárie, aclamado por governos do mundo inteiro como peça chave para preservação da Amazônia, região de maior biodiversidade do planeta que ostenta em seus quase 7 milhões de quilômetros quadrados uma variedade ímpar de fauna e de flora e na qual - segundo o IPAM - , o avanço do desmatamento disparou no governo Bolsonaro “por meio do enfraquecimento de órgãos de fiscalização, falta de punição a crimes ambientais e redução significativa de ações imediatas de combate e controle de atividades ilegais na região”, revelando um governo federal completamente alheio e omisso no combate ao desmatamento e incêndios criminosos na maior floresta do mundo, a Amazônia.
Não há dúvidas de que, com Bolsonaro no poder, o Brasil viveu um dos períodos mais tristes e sombrios da sua história, marcado por grave retrocesso civilizacional e densas trevas sobretudo nas áreas da Educação, Ciência e Cultura.
Era vital para o Brasil a vitória de Lula para o país poder retomar o caminho do desenvolvimento e da prosperidade, com posturas políticas dirigidas à construção de uma ordem social justa, embasada no respeito ao pluralismo de ideias, usos, costumes, crenças e tradições.
Com Lula e Alckmin , esses dois grandes nomes de ampla e bem-sucedida experiência na política nacional, pode-se certamente esperar um governo promissor com a implementação de políticas públicas voltadas sobretudo para o desenvolvimento e crescimento econômico, geração de empregos, redução da desigualdade e combate à fome e à miséria no país.
Após um período de mais de 30 anos de democracia, é lamentável ver o país mergulhado na escuridão de um regime obscurantista e autoritário.
Às vezes, porém, é preciso mergulhar na escuridão para se aprender a valorizar a luz.
A partir de 1º de janeiro de 2023, o sol da democracia voltará a brilhar outra vez sobre a nação.
Que Deus abençoe e proteja Lula no seu novo mandato como presidente do Brasil.