Saúde descarta transmissão por açaí em novos casos de doença de Chagas

O consumo de açaí foi descartado na contaminação de 13 pessoas da mesma família, internados com doença de Chagas no Hospital Geral de Feijó, interior do Acre.

Segundo a Divisão de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), as pessoas teriam contraído a doença após serem picadas pelo barbeiro, inseto transmissor da doença.

Uma equipe da Saúde municipal ouviu todos os pacientes separadamente para chegar até a causa da contaminação. Treze pessoas da mesma família estão internadas no hospital com doença de Chagas. Segundo a diretora do hospital, Edicineide Souza Pinheiro, os primeiros 10 pacientes deram entrada no último dia 8 e as demais foram internadas na quinta-feira (14).

"Foi investigado cada paciente separado e nenhum fez o consumo de suco de açaí, catuaba ou outro tipo de suco. A transmissão foi via vetorial, ou seja, o barbeiro sugou o sangue e defecou na pele da pessoa", explica a técnica responsável pela Doença de Chagas e Leishmaniose da Sesacre, Carmelinda Gonçalves.

Carmelida diz ainda que a forma de contaminação dos pacientes é um alerta sobre uma grande população de barbeiros na comunidade. "A vigilância local conversou com os pacientes e eles relataram que no Seringal Miraflor, onde vivem, têm muitos barbeiros. Estamos tentando ir até lá o mais rápido para saber o porquê", relata.

A técnica diz que a equipe deve ainda tomar providências para evitar novos casos. "Se o barbeiro está sugando a pessoa, significa que é no momento que ela está dormindo. Então, se fizermos borrifação ao redor da casa, eles não vão passar mais por essa parte borrifada", finaliza.

Mortes
Em março deste ano, o casal Francisco Maian da Costa, de 18 anos, e Celiana Silva, de 17, nos dias 26 e 29 de fevereiro, respectivamente, morreram após tomar açaí contaminado pelo barbeiro. A família do casal mora em uma comunidade rural da cidade de Rodrigues Alves, a 627 km da capital acrena. Inicialmente, a doença de Chagas era apenas a suspeita, sendo confirmado o diagnóstico no dia 11 de março pela Saúde do Acre.

Duas irmãs de Costa também foram diagnosticadas com a doença. A pequena Francisca Adrielly, de 12 anos, ficou internada por mais de um mês no Hospital da Criança, em Rio Branco, e ficou com uma lesão no coração, por causa da enfermidade, segundo a médica que a atendeu.

Pesquisa
Dois meses após os casos em Rodrigues Alves, a coordenação que trata sobre doença de Chagas no Acre visitou as cidades da região do Vale do Juruá, como Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo. A medida fez parte de uma campanha de prevenção e conscientização após a região registrar nove casos da doença.

Uma equipe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília também esteve no local e fez pesquisas na comunidade Nova Cíntra, onde sete casos da doença foram confirmados neste ano.

Do G1-Acre

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