ACRELÂNDIA: Prefeito pagava salário ilegal para vereador

Jonas da Farmácia
Dão: "Recebi o dinheiro de forma ilegal, vou ter que devolver”

Ainda essa semana o prefeito de Acrelândia, Jonas Dales, ou Jonas da Farmácia, será ouvido pelo promotor de Justiça do município. O depoimento do gestor é a última etapa para a conclusão de mais uma ação de improbidade administrativa contra Jonas.

O prefeito é acusado de beneficiar o vereador João Garcia Rodrigues (solidariedade), repassando ao parlamentar cerca de R$ 10 mil em salários ilegais. O vereador é funcionário concursado da prefeitura há 16 anos, dirige um dos ônibus escolares e acumula o cargo de vereador.

No dia 17 de janeiro desse ano, saiu para cumprir período de férias, quando deveria retornar, Dão se afastou do cargo, e, é, nesse momento, que começa a investigação do MPE.

Mesmo sem trabalhar os meses de março, abril, maio, junho e julho, o vereador receber o salário mensal de R$ 1.277,00. Para beneficiar mais ainda o vereador, a prefeitura pagou, a cada mês, cerca de R$ 500,00 em forma de hora extra.

Só que a prefeitura tinha contratado outro motorista para ficar dirigindo no lugar de Dão, que, além de não trabalhar, ainda recebia dinheiro a mais.

Segundo o promotor de Justiça, Teotônio Rodrigues Júnior, não existem documentos que atestem o afastamento do vereador do cargo de motorista. “Tudo foi feito em acordo verbais, os funcionários dos recursos humanos em depoimentos informaram que alertaram o prefeito sobre a situação, mesmo assim foi mantido o benefício”, concluiu.

Para piorar a situação, nos meses de março e abril, o vereador foi pago com verbas do Fundeb, dinheiro da Educação, que até pode ser usado para pagar pessoal de apoio, mas, só quem está no exercício do cargo.

O promotor está denunciando o vereador e prefeito por improbidade administrativa: está pedindo a devolução do dinheiro e a perda dos direitos políticos da dupla.

Apenas um erro

Depois que o Ministério Público começou a investigar, o vereador João Garcia Rodrigues, Dão, voltou a trabalhar. Em entrevista à nossa equipe, o vereador disse que não houve má fé, ao receber os salários, apenas um problema administrativo.

Ele acreditava que está cumprindo licença prêmio, que é uma vantagem repassada ao servidor público quando a cada 5 anos de serviço recebe três meses de férias. No entanto, só agora descobriu que estava na folha normal de pagamento.

Não soube explicar como surgiram as horas extras. Dão disse que vai devolver o dinheiro. “Agora não tem jeito: recebi o dinheiro de forma ilegal, vou ter que devolver”, disse.

O prefeito Jonas Dales confirmou a versão do vereador: disse que houve um erro administrativo. Negou que tenha beneficiado o vereador em troca de vantagens em votações na Câmara.

No mês passado, quando a Câmara de Acrelândia se preparava para votar uma CPI para investigar o prefeito, o vereador Dão, misteriosamente viajou.

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