José Marques
No sábado à noite, tive o privilégio de reencontrar o colégio onde fiz os meus primeiros estudos. Retornei à minha antiga escola para fazer o relançamento do livro Diário de sonhos do Doutor Satírico. O reencontro foi carregado de significados, memórias saudosas e acalento para a alma. Foi um gesto simbólico como se, por meio dele, eu quisesse expressar a gratidão pela formação recebida por esta instituição de ensino, pelo empenho dos mestres que, semelhantes a ourives, gastaram seu tempo para tentar lapidar uma pedra bruta. É óbvio que este gesto, pela sua simplicidade, é incapaz de contemplar a grandeza do legado que recebi durante os cinco anos de minha formação, mas resta a sinceridade de sua intenção. Lá estavam antigos mestres, como a professora Maria do Carmo que teve papel importante em minha formação. Revi ainda amigos, familiares, irmãos em Cristo, colegas de aula e muitas outras pessoas que marcaram a minha vida de modo especial. Tive a oportunidade de conhecer os filhos dos meus colegas de infância. Quase mais nada existe do antigo prédio onde ensaiei os meus primeiros textos, onde expus as minhas primeiras travessuras literárias, mas as memórias de tudo aquilo que vivi neste lugar estão presentes e vivas em um lugar especial do coração, como um livro escrito com letra imperecível guardado a sete chaves na biblioteca do infinito.
Público
Durante a semana, já havia visitado o prédio onde funcionava, há quase duas décadas, a Escola de Ensino Médio Dr. Djalma da Cunha Batista. Durante minha permanência ali, memórias de um passado distante saltaram em minha mente como se fossem realidades presentes. Parei por um instante e contemplei as paredes que suportaram os meus primeiros versos, nas salas era possível ver espectros dos antigos colegas em suas gargalhadas contidas. Nestes vultos estavam as faces de antigos colegas como: Lauro, Jaqueane, Yoanara, Elissandra, Quirino, Jean, Bibi, Dilcélia, Cativânia, Leidinha, Sandro, Luzimar, Flávio Santos (Kbim), Éliton e muitos outros que um dia ocuparam aquelas carteiras. Por um momento, quase cheguei a ouvir a professora Lurdinha Maia declamando poemas em suas aulas de literatura e ver o brilho dos seus olhos enquanto comentava uma obra literária. Ela não fazia questão de esconder a sua singular paixão pela arte da escrita.
Maria Vânia Barbosa, a esposa amiga
Aproveito este espaço para mencionar a todos aqueles que se ocuparam na divulgação do evento, como: Raimundo Accioly, Railton Rodrigues, Pr. Fagner e ao meu irmão Jardy Lopes. Ao meu primo, irmão e amigo de longa data Lauro Benigno, por ter nos recebido de forma muito calorosa e ter gentilmente cedido as dependências da Escola José Augusto para o evento. Fica também o meu agradecimento aos irmãos e amigos Francisco Freitas, Fandermiller Freitas e Daniel da Silva Lima por seus esclarecimentos e recomendação da obra e todos aqueles que contribuíram para que o evento ocorresse cujos nomes seria impossível enumerar. Agradeço sinceramente a todos os amigos e irmãos que estiveram presentes e se alegraram comigo neste momento importante. Volto ao Ceará muito feliz por saber que as minhas raízes estão fincadas neste lugar. A todos, o meu muito obrigado.
José Marques
fotos: Jardy Lopes