Na vida, assim como na política, é preciso ter posição. Decidi não participar no primeiro turno das eleições na nossa Rio Branco por ter um entendimento diferente quanto aos rumos que foram escolhidos para seguir. Recebi críticas e apoios calorosos de vários amigos, eleitores e simpatizantes, que respeito na mesma proporção que fui respeitada.
Não foi fácil estar ausente de uma eleição em Rio Branco. Todos que me conhecem sabem o quanto eu gosto de política e como as campanhas me animam. E Rio Branco me deu meu primeiro mandato parlamentar. Por dois anos, vereadora da nossa capital, iniciei o contato de perto com o povo. Mas, já disse também uma vez que não sou uma profissional da política, não admiro acordos espúrios e negociatas e, sinceramente, não acredito ser necessário se embrutecer para aguentar os rojões que a vida de pessoa pública guarda para cada um de nós. Respeito meus sentimentos e convicções. Enfrento, sempre, com muita sinceridade, o que tiver que enfrentar. E sigo com a consciência tranquila sabendo que estou sendo verdadeira com a minha essência. Por isso nunca fugi dos confrontos que considero necessários para o amadurecimento da função que desempenho. Me esforço para receber com a mesma tranquilidade elogios e críticas.
O resultado da última eleição para governo e senado já havia nos dado um recado claro, o de que, mesmo movidos por bons propósitos ainda não tínhamos amadurecimento para enxergar nossas deficiências. E que se ousarmos questionar o consenso e a sabedoria popular, creio, só nos afastamos de quem nos deposita confiança. A nossa Frente Popular que acolheu tantos que estavam do lado de lá, que confrontavam nosso projeto, também perdeu tantos outros. Por isso, acredito que os que perdemos merecem de nós um tratamento respeitoso. Digo tudo isso com a tranquilidade de quem é da casa e ajudou a construir, porque, como minha mãe dizia, "só quem pode falar de parente, é outro parente e ninguém mais". Mas, deixemos esse debate e as respostas para depois. Até porque o tempo, agora bem mais curto, é de olharmos e reafirmarmos nossas conquistas até aqui alcançadas.
Mas, agora a política no Acre nos trouxe um novo momento, uma novidade até: o segundo turno das eleições na nossa Rio Branco. O primeiro no Acre, desde que nós da Frente Popular assumimos o comando da política no estado e na capital. e vejo esse segundo turno como um momento importante para o fortalecimento da democracia. Importante também para realinharmos nossos objetivos com o futuro que queremos construir junto com o povo de Rio Branco.
Acredito que quem está votando na oposição, também ama Rio Branco tanto quanto nós da Frente Popular. Por isso, Me somo para cativar estes mesmos que em outros momentos já votaram conosco . Faço isso baseada nos meus valores, na ética e nas minhas convicções.
E é com o sentimento de não entregar essas conquistas tão caras, que embalaram nossos sonhos e alimentaram nossa coragem de confrontar o que foi necessário em defesa do nosso povo, que me posiciono ao lado do meu partido, o PCdoB, na defesa da Frente Popular do Acre.
Não me junto agora nesse segundo turno para torcer pela derrota do adversário. Me junto para somar forças e ajudar a construir a nossa vitória.
Me somo a Marcos Alexandre e meu querido camarada Marcio Batista, para juntos reconquistarmos corações, embalar os nossos sonhos de continuar acreditando numa Rio Branco melhor com oportunidades para todos.
Por fim transcrevo a frase de uma mulher que ao ser perguntada, no final de uma entrevista, para onde ela iria, respondeu: "seguir em frente com firmeza e alegria, mas sem deixar de olhar pra traz, quando for necessário".
Perpétua Almeida, militante e dirigente do PCdoB/AC, sindicalista, fundadora da Frente Popular do Acre, ex-vereadora de Rio Branco, deputada federal pelo terceiro mandato