PROFESSOR E BLOGUEIRO DESABAFA: "BAIRRO DA PRAIA PEDE SOCORRO"

Parece até mentira o que anda acontecendo no Bairro da Praia. Os moradores já estão nos acordando no meio da noite para pedir socorro. Ontem, por volta das duas horas da madrugada, o telefone tocou, era uma pessoa que pedia socorro. Alguns menores estavam gritando em sua porta pedindo um pedaço de papel (Para fazer um cigarro de maconha), sob promessas de se não abrir, iria arrombar a porta da casa. Triste realidade. Com filhos pequenos em casa, a mulher tremia a voz de medo. Liguei para o 190.

A situação não está nada boa no Bairro das multidões. Não sei porque ninguém toma providências para inibir essas ações de vandalismo que acontecem todo dia em nossa cidade. Não vejo mudanças. Muitos colocam a culpa na pobreza, porém sabemos que a pobreza não é causa da violência. Mas quando aliada à dificuldade dos governos em oferecer melhor distribuição dos serviços públicos, torna os bairros mais pobres, mais atraentes para a criminalidade e a ilegalidade.

Parece até mentira quando posto algo que todo final de semana, muitos jovens estão usando algum tipo de droga perto do quintal de minha casa. Verdade. Eu não mentiria num caso tão verídico e notório de nossa triste realidade. O que fazer nesta hora??? Acredito que a escola é um ponto importante: espaço privilegiado de convívio e de formação da pessoa, precisa ter qualidade e se integrar à comunidade a sua volta. Escolas que permanecem abertas nos finais de semana, para uso da comunidade, conseguem quase eliminar o vandalismo em suas dependências. No entanto, as escolas que têm quadras, cobram para a comunidade jogar um simples futsal.

Para um enfrentamento das causas, a participação de toda a sociedade – tanto cobrando soluções do Poder Público como se organizando em redes comunitárias de proteção e apoio, de desenvolvimento social e mesmo de questões de segurança pública – é um caminho apontado pelos especialistas. Não significa substituir as funções do Estado, mas trabalhar em conjunto. E é importante não transformar o diagnóstico, a identificação das causas, em motivo para mais violência. Afirmar que as áreas urbanas mais desprovidas de recurso facilitam a criminalidade não significa dizer que os moradores dessas áreas sejam culpados. Na verdade, além de enfrentar condições precárias de subsistência, essa população ainda é a principal vítima de crimes violentos.


Fonte:Blog do Kbym 2012

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