"...não há hoje, na oposição, planejamento nem para montar as chapas, nem para escolher candidatos a deputados estaduais e federais..."
O deputado federal Ilderlei Cordeiro, do PPS acreano, não será candidato à reeleição. “A falta de um projeto e uma profunda desorganização dos partidos de oposição” não os credenciam para governar o Acre, diz o deputado. A decisão de Ilderlei foi anunciada ontem, em Cruzeiro do Sul, onde ele reuniu a imprensa para uma entrevista coletiva.
Segundo o deputado, os partidos de oposição no Acre não passam de uma “fogueira de vaidades”. Para ele, caciques sem autoridade nenhuma transformam a oposição à Frente Popular numa grande bagunça, sem comando algum. “Eu não vou me sujeitar a ficar obedecendo ordens de um cacique qualquer”, completou o deputado. Para Ilderlei, esses falsos líderes só fazem criticar, usando velhos discursos, citando sempre os mesmos problemas sem apontar soluções.
Ilderlei Cordeiro é administrador e empresário. Sua família sempre foi bastante atuante na história política do Acre, em especial na região do Juruá. Ele é filho do ex-deputado Ildefonço Cordeiro (PSDB), morto em 2002 em um acidente de avião.
O deputado começou a vida pública como vice-prefeito de Cruzeiro do Sul. O bom trabalho na prefeitura deu a ele em 2007 mais de 16 mil votos e uma vaga na Câmara Federal representando o Acre. Sua missão na Câmara é trabalhar para tirar o Vale do Juruá do isolamento e garantir a ligação do Acre com o Peru, via Pucallpa. Uma das primeiras iniciativas nesse sentido foi a criação da Frente Parlamentar Brasil-Peru.
A desistência de Ilderlei pode enfraquecer a legenda da oposição para deputado federal e até agravar um quadro de crise em setores da oposição, já descontentes com a recente decisão do PMDB sacrificar sua candidutara própria ao governo com o vereador Rodrigo Pinto para aderir à candidatura do tucano Tião Bocalom (PSDB).
Na entrevista AQUI, o deputado Iderlei apresenta as razões que o levaram a abrir mão da candidatura.
ATRIBUNA