ACRE: Secretário Mauro Cruz busca melhoria do índice do IDEB em toda a rede escolar do Estado

O secretário de Educação, professor Mauro Sérgio Ferreira da Cruz tem larga experiência em sala de aula e em direção escolar e está pondo essa expertise à disposição do governo, promovendo o necessário e fundamental diálogo com a categoria, o que ele considera fundamental para implantar seus objetivos e as propostas do governo na área.

Secretário de Educação, professor Mauro Sérgio Ferreira da Cruz
A melhoria dos índices do Acre no IDEB, de forma horizontal, sem que apenas algmas escolas se destaquem e outras fiquem estagnadas, melhorar o aprendizado e diminuir a evasão escolar no ensino fundamental II, implantar o novo ensino médio, valorizar as escolas de tempo integral e as militares, priorizar as necessidades dos professores e a disciplina são princípios a serem implantados.

Esses planos e um panorama da educação no Acre estão nessa entrevista exclusiva do secretário Mauro Sérgio Cruz, exclusiva para A TRIBUNA.

A TRIBUNA – Qual a sua expectativa para a segunda fase do concurso para professores que acontece hoje? O que essas contratações representarão para a Educação do Estado?

SECRETARIO MAURO SÉRGIO CRUZ – A expectativa é a melhor possível porque nós dependemos também desse concurso público para iniciarmos o ano letivo. A rede conta ainda, com a necessidade desses profissionais que tem um contrato que nós denominamos contrato provisório. São aproximadamente 7.500 vagas. E por ser um número tão grande mostra o quanto a rede de ensino do Acre depende desses novos profissionais que serão aprovados nesse concurso público. Muitos se inscreveram e a nossa expectativa é que o IBADE, que é o instituto responsável para aplicação da prova, possa concluir de forma rápida os resultados para que se comece já a lotação desses professores. Esse concurso deveria ter sido feito um pouquinho antes, para que não atrasasse tanto o ano letivo. Infelizmente, esses novos profissionais não terão inicialmente uma formação com a nossa equipe. Essa formação será feita depois do início do ano letivo, para que todos possam trabalhar em concordância com as novas orientações da SEE.

A TRIBUNA – Como estão os preparativos para o início do ao letivo? Que balanço o senhor pode fazer do seminário da semana passada com os diretores e coordenadores?


MAURO CRUZ – Muito positiva. Eu acho que começamos com o pé direito. Tivemos na segunda-feira um encontro lá no auditório da Ufac com a presença maciça de todos os diretores, coordenadores de ensino, coordenadores pedagógicos. Estavam presentes lá mais de 700 pessoas. E os trabalhos foram concluídos em três polos. Lá no Instituto Lourenço Filho, no Armando Nogueira e na escola Diego Feijó. Eu passei nos três polos, conversei com todos os diretores, coordenadores de ensino. E todos foram unanimes em afirmar o quão positivo foi esse encontro de formação dentro das novas normativas que nós iremos implementar a partir deste ano, em conjunto com todas as escolas.

A TRIBUNA – O senhor e o governador foram muito elogiados pelos professores, por pronunciamentos e ações práticas, pela presença do governador no encontro com os diretores, pela segurança que o senhor está passando para a categoria. Como senhor avalia esse momento e essa perspectiva de diálogo?

MAURO SÉRGIO – Eu tenho sempre conversado com o governador Gladson Cameli. Nós temos uma grande responsabilidade para os próximos anos, de dar nossa contribuição para que o ensino no Estado do Acre possa melhorar cada vez mais. A presença do governador no evento foi marcante. Eu faço parte da rede. Fui diretor de ensino. E como lideranças que estavam presentes e que estão presentes dentro das escolas, os diretores de ensino sentem a falta também dessa presença maior do governador. E foi muito bom que ele tenha comparecido, não só para abrilhantar o evento, mas sobretudo para mostrar que o governo dele é um governo compromissado com a educação.

Esse é o compromisso que a gente quer levar. Sabemos da responsabilidade que nós temos à frente da secretaria e ele tem essa consciência também, da responsabilidade que ele tem a frente do governo. Nós queremos fazer bonito, no sentido de melhorar sobretudo os resultados, os índices educacionais que ainda são índices pífios aqui no nosso estado e nós queremos com a unidade, de mãos dadas com todos os diretores, coordenadores, professores, melhorar cada vez mais os resultados sobretudo a partir deste ano, que é o ano onde nós teremos o IDEB. Nós precisamos estar unidos numa só corrente buscando melhorar, fazer realmente que os nossos alunos possam dar um resultado positivo para que o nosso estado venha a ser visto como um estado que investe de uma forma qualitativa na educação dos seus jovens.

A TRIBUNA – O senhor deixou claro que a missão do governo será elevar os índices do Acre no IDEB. De forma prática, o que deve ser feito para isso? Haverá mudanças na base curricular e no conteúdo das disciplinas?

MAURO SÉRGIO – A primeira coisa que se está procurando realizar, para que se tenha um resultado melhor no IDEB é promover uma política educacional de conjunto, uma política ampla em rede para que todas as escolas possam se envolver, para que esse resultado aconteça. Para tanto, a nossa equipe está desenvolvendo algumas atividades didáticas, pedagógicas. Essas orientações estão sendo passadas para os diretores de escolas, para os coordenadores. Nós não podemos ter mais no Acre escolas isoladas com resultados positivos no IDEB e a maioria das escolas com resultados negativos no IDEB. Para que a gente consiga um IDEB melhor, nós precisamos implantar essa política de conjunto educacional envolvendo as escolas, sobretudo dos municípios isolados. E nos municípios onde se tem um acesso melhor, envolvendo todos dentro dessas novas orientações, unificando sequências, instituindo avaliações institucionais, acompanhando e aferindo os resultados dos alunos por bimestres, para que se possa, lá na frente, melhorar cada vez mais o aprendizado do nosso alunado.

A TRIBUNA – Como o senhor pretende enfrentar o problema crônico da violência nas escolas? Como restaurar o respeito ao ambiente escolar?

MAURO SÉRGIO – Estamos desenvolvendo parceria com o policiamento escolar, um projeto que é denominado Projeto Escola Segura. Esse projeto tem duas vertentes: uma voltada para a o trabalho dentro das escolas. Ações preventivas, informativas referentes ao combate da violência, da droga. Acompanhar melhor os alunos com equipes formadas por psicólogos, por psicopedagogos para que, através de conversas, debates e de outros tipos de ações, se possa estar minando qualquer tipo de violência escolar. Envolver a OAB, o Ministério Público, os Conselhos Escolares, os Conselhos Tutelares também que estão presentes aqui na cidade. Fazer uma corrente ampla também para que a gente possa internamente realizar um trabalho para que, dentro das escolas, reine a paz.

E ao mesmo tempo esse Projeto Escola Segura, sobretudo em parceira com o policiamento escolar, como a PM, visa melhorar e qualificar o monitoramento das escolas. Esse projeto é voltado também para a questão patrimonial. Hoje as nossas escolas, infelizmente, são constantemente invadidas, furtadas. Levam patrimônio escolar e sabemos das dificuldades que uma escola às vezes tem para pode adquirir um aparelho de ar-condicionado, uma TV, um Data Show. E muitas vezes esses bens patrimoniais acabam sendo levados. Então estamos fazendo um trabalho também junto com a PM para que se possa monitorar todo o cotidiano das escolas, para que também esse tipo de situação desagradável possa diminuir.

A TRIBUNA – Como a secretaria ´retende trabalhar com áreas específicas, como o ensino integral? Irá se espalhar para o interior? E as escolas militares?

MAURO SÉRGIO – A Secretaria de Educação está fazendo um estudo sobre as escolas de tempo integral. Nós temos dez escolas integrais aqui no estado. Temos sete na capital e três no interior. Algumas escolas conseguiram manter um número adequado de alunos. Infelizmente, aquelas escolas onde a questão da violência é maior, é latente, acabou tendo perdas grandes de alunos. Então é necessário que se possa valorizar o projeto das escolas em tempo integral, pensando nelas não apenas para o ensino médio. Nós acreditamos que um jovem que vai para o ensino médio, precisa na sua formação estar também dialogando com o mundo do trabalho e é por isso que a gente estará implementando em algumas escolas de ensino médio um novo projeto chamado Novo Ensino Médio, onde o aluno irá dialogar através da sua formação acadêmica com aquelas disciplinas que a base exige que ele estude e ao mesmo tempo com disciplinas voltadas para o mundo do trabalho para a formação profissional.


Enquanto isso vai se estar, também, através do trabalho que a nossa equipe realiza, trabalhando a possibilidade de levar a experiência das escolas de tempo integral para o Fundamental II, porque nós acreditamos que esse segmento da educação merece toda uma atenção, um carinho da rede escolar.

É no Fundamental II que se vem percebendo os maiores índices de alunos que acabam abandonando a escola, sobretudo quando ele ingressa na escola no 6º ano até o 9º ano. Nós temos uma rotatividade muito grande de alunos dentro do sistema. Então a gente precisa tratar com carinho o Fundamental II e é por isso que estamos desenvolvendo a ideia e o projeto para 2020, para a implantação de escolas de tempos integrais voltadas para o Fundamental II, enquanto que no ensino médio a gente vai trabalhar com essa integração entre formação acadêmica e formação profissional.

As escolas militares têm sido um sucesso aqui no nosso estado. Sucesso. A escola do Calafate tem uma lista de espera de mais de 1.000 pessoas. A escola dos Bombeiros, eu estive lá, lá no Rosa Linda, eram mais de 800 candidatos inscritos para entrar na escola. E aí nós estamos, inclusive, com projeto de ampliar os colégios militares. Esse ano já começaremos com um novo colégio militar em Cruzeiro do Sul. O governador foi e fez a inauguração desse colégio juntamente com o seu vice-governador. Foi um sucesso e já tem fila de gente, de alunos querendo estudar nesse colégio militar. Estamos levando a proposta de mais outro colégio militar na Cidade do Povo, no Segundo Distrito, que foi uma promessa de campanha do nosso governador e lá nós temos uma escola novinha. Nós já levamos lá o Corpo de Bombeiros, os oficiais do Corpo de Bombeiros. Já oferecemos a escola. Só que a gente precisa aguardar um pouco porque a nossa corporação ainda tem um número de oficiais, de militares muito limitado. Então é necessário um ato governamental para que a gente possa estar tirando da Reserva PMs, bombeiros para que esses PMs possam estar assumindo esse trabalho no campo educacional. Além disso tem a possibilidade de outro colégio militar aqui na Baixada. Será entregue para a PM. Depois no interior. Os prefeitos, a comunidade do interior, Sena Madureira, Brasileia, Tarauacá, Feijó, todos estes municípios pedem aqui para nós da secretaria colégios militares. Só que existe, infelizmente, esse limite para cada colégio militar. São 20 policiais, 20 policiais a menos que estão nas ruas.

Então a gente sabe da carência que o nosso estado tem e da dependência que nós temos com relação a esses militares que atuam no campo da segurança pública. Por que que eles fazem tanto sucesso? A magia da escola militar é aquilo que estar faltando nas escolas regulares.

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