FEIJÓ: GARI MANTÉM UMA ESCOLINHA DE FUTEBOL COM O PRÓPRIO SALÁRIO.

No último sábado estive no município de Feijó, onde fui acompanhar meu enteado o garoto Henrique Furtado de 11 anos. Henrique e mais cerca de 40 garotos entre 8 e 14 anos são membros da Escolinha de Futebol Juventus de Tarauacá, que tem como Coordenador, o jovem Alessandro Souza Gomes.
Alessandro Souza – Escolinha Juventus de Tarauacá
Alessandro tem 22 anos, um garoto de origem pobre, desempregado, mas, que mobiliza as famílias dos atletas, pede apoio a quem puder e mantém a organização e a estrutura necessária da entidade.
Alessandro e atletas da escolinha
Neste dia ele levou as equipes da escolinha de várias faixas etárias de idade para disputar várias partidas contra escolinhas de Feijó. Um intercâmbio importante para que além dos treinos, a garotada possa disputar partidas contra equipes de outros municípios.
Escolinhas reunidas antes das partidas
De caminhão “pau de arara”, os atleta e alguns familiares saíram cedo para Feijó, foram para a casa de um dos coordenadores de escolinha de Feijó. Lá se organizaram para fazer o almoço. No cardápio, carne moída com arroz. O que menos importava para aqueles garotos era o desconforto da viagem e muito menos a comida. Eles estavam eufóricos mesmo era para jogar.
Escolinhas de Tarauaca
Perto das 13 horas, fomos para a quadra de esporte de uma escola pública, palco das partidas. Chegando lá a cena mais triste na recepção. A quadra toda pichada com inscrições que identificam facções criminosas. Mas, a galera nem percebeu e foram para o jogo.
Me chamou a atenção que assim como em Tarauacá e devido a ausência do poder público, temos vários amantes do futebol que mantém escolinhas de futebol, em Feijó não é diferente.
Zé Carlos Servidor Municipal – Escolinha Atletas do Futuro (Feijó)
Conheci o Zé Carlos, 40 anos, servidor público, pai de 6 filhos, que fundou a escolinha “Atletas do Futuro” e hoje com recursos do próprio bolso mantém atividades para 60 atletas entre 7 e 15 anos.
Val é Gari e mantém a escolinha PLAY com recursos próprios
Outro que chamou a atenção foi o “Val”. José Edvaldo Araújo, 42 anos, divorciado, pai de 3 filhos,  é gari e que trabalha voluntariamente com 80 atletas entre 7 e 15 anos. A Escolinha de Futebol Play é mantida com o próprio salário de “Val”.   “Eu espero que um dia a gente possa receber ajuda dos poderes públicos para que possamos reunir cada vez mais e cuidar de um numero maior de atletas. tirar os meninos das ruas e dos perigos da droga“, disse Val.
Assim como essas, são muitas iniciativas desses agentes sociais voluntários e comunitários, que podem ser abraçadas, potencializadas e custeadas pelos poderes públicos, iniciativa privada e sociedade.

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