PF-AC recupera R$ 2 milhões desviados de prefeitura em Brasileia

Quésia Melo/Do G1 AC - A segunda fase da Operação Metástase foi deflagrada às 5h da manhã desta sexta-feira (11) e cumpriu 18 mandados judiciais, além da apreensão de 17 veículos e 370 cabeças de gado de possíveis "laranjas" da prefeitura de Brasileia. A polícia também decretou a indisponibilidade de quatro fazendas e outras terras avaliadas em R$ 1,2 milhão.

A fase, denominada de Panacéia, é uma continuação da ''Operação Metástase", que foi realizada em julho deste ano e descobriu o desvio de mais de R$ 7 milhões em recursos públicos em Brasileia. O dinheiro teria sido gasto com pagamento de propinas, desvios de verbas e contratos fraudulentos desde 2013. Na primeira fase, a organização criminosa foi desmantelada pela polícia, mas vários “laranjas” foram descobertos em seguida.

Ao G1, o advogado de defesa do prefeito afastado, Cristopher Mariano, disse que nenhuma propriedade ou bem citado na operação pertence a Everaldo Gomes. Mariano ressaltou que as investigações sobre irregularidades na cidade tiveram início após um pedido do próprio prefeito, feito entre 2014 e 2015. Ele afirmou que o gestor está à disposição para prestar os esclarecimentos necessários.

"As referidas propriedades rurais são do genro dele, que é médico e mora na Bahia, e que quando for chamado a juízo ou pela investigação, irá comprovar a origem licita dos rendimentos. Superada as suposições que estão embasadas as investigações, o Everaldo vai comprovar que não possui qualquer relação com os bens apreendidos", pontuou.

Uma empresa também foi proibida de fazer contratos com órgãos do Poder Público até o final das investigações. No total, a PF-AC acredita ter recuperado R$ 2 milhões em desvios de verbas.

“As investigações continuam. Nesta segunda fase, a PF-AC visou a recuperação de parte do patrimônio que foi surrupiado pela organização criminosa, mas o patrimônio que foi desviado é muito maior. Então, acreditamos que possam ter outros envolvidos de diversos setores tanto público como privado”, ressalta.O delegado Fares Feghali explica que a organização criminosa que agia no local possuía uma rede de “laranjas”. Essas pessoas eram usadas para a compra de carros de luxo, como caminhonetes, e também serviam como intermediadores na compra de fazendas e gado. A intenção, segundo a polícia, era esconder grande parte dos valores desviados pelo grupo.

A “Operação Metástase” resultou ainda no afastamento de quatro secretários e do prefeito do município, Everaldo Gomes (PMDB-AC). Os suspeitos foram indiciados por organização criminosa, lavagem de capital, corrupção passiva e ativa e peculato. Gomes foi preso porque estaria coagindo as testemunhas do caso. A investigação apontou que a organização usava empresas fantasmas e notas frias para desviar verbas.

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