REPÚBLICA INDEPENDENTE DO ACRE

ANTÔNIO KLEMER

Fica estabelecido que a partir desta data existe a REPÚBLICA INDEPENDENTE DO ACRE!
Depois de anos e anos carregando no sovaco a Constituição e os Símbolos dessse país imaginário, eis que abiscoitei de A GAZETA o devido agasalho, éégua!

Agora, é só firmar a Constituição, os Símbolos, caprichar na Língua Oficial e ficar bicorando a emissão das Certidões a nativos e agregados, recém-chegados ou não.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PÉTRIOS DA RIA
Todo apaixonado pelo Acre, pelo povo do Acre, pelas coisas do Acre é, de cara, cidadão/ cidadã da República. Mas ainda terá que passar no Teste da Farinha e se encastuar às Leis Complementares da dita cuja, que vigorarão conforme o humor do Proclamador, no caso eu, ora!

PRINCÍPIO 1
Para obter Cidadania da RIA o cabra precisará falar o Acreanês Clássico, definir direito o que é Acreanismo, Acreanidade , Acreanice e Acreanagem.

PRINCÍPIO 2
Para obter o PASSAPORTE, precisará estar em dia com o TRTS (Teor de Rabada-no-Tucupí no Sangue) e ainda demonstrar habilidade no trânsito da Capital, provando por A mais B que nunca triscou num motoqueiro ao dirigir em dia de semana.

PRINCÍPIO 3
Para se ajuntar ao contingente da FEIA – Força Expedicionária Independente do Acre, braço armado da República, aí já são outros quinhentos; e, após análise da vida pregressa do candidato ou candidata, a gente vê como é que fica. Quem não levar pau nos testes, será engajado.

PARÁGRAFO ÚNICO
Todos os princípios anteriores serão revogados em caso do Proclamador amanhecer de ovo virado. E pronto!
Antônio Klemer
Proclamador
ACREANICE DA IZAURINHA

Estado de sítio na Bolívia... os bolivianos torando um aço, afinal ali a qualquer hora pode irromper um siribôlo armado, como, aliás, ocorreu faz pedaço. O cenário era impropício, mas não para a Izaurinha.
Ela estava promovendo um importante encontro em Rio Branco e quando soubera do interesse dos presidentes dos demais Tribunais de Justiça do Brasil por conhecer Pando, ela mesma cismou das tamancas e, ainda era terça-feira, dia 14 desde mês, tacou-se para a fronteira, armada até os dentes de...papel.

Pela segunda vez na história, o Acre sediaria um evento igual, o 76 Encontro do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, uma ruma de desembargadores, a maioria machos, uns, inclusive, até mais do que outros, porque, macha, mesmo, foi a Izaurinha. E eu explico.
Como se sabe, lá em Cobija até colla tá falando fino, tal é o clima de terror e instabilidade política, com os pandinos querendo capar o presidente Evo Morales e o Evo Morales, prendendo e arrebentando. Só naquele lugar a contagem de mortos nas arengas entre separatistas e o Exército fiel ao cocalero já passou de 30 finados.

Em Cobija todo cuidado é pouco e fazer barulho, nem pensar. Mas a Izaurinha nem tchum!
Quando o comandante do Exército Brasileiro no Acre chegou às autoridades bolivianas pra negociar a visita das nossas autoridades judiciárias à terra em litígio, ouviu a vozinha peralta: - Oi Coronel, o senhor por aqui?????

Izaurinha já estava numa sala com o Cônsul do Brasil em Pando, Julio Miguel da Silva, o presidente da Corte de Justiça de Pando, Antonio Fagalde Revilla, o Comandante da Polícia Nacio-nal José Ricardo Herédia Sandoval (o manda-chuva do Exército de lá), o Cônsul Boliviano no Acre José Luis Mendez Chaurara, o Comandante da Polícia Militar do Acre coronel Romário Célio e o juiz de Brasiléia Leandro Gross (aquele, que passou a mão nas cadeiras do Tião Viana), diplomatizando.

Sábado, dia 17 passado, três ônibus entupidos de desembargadores, esposas e juízes, numa enfieira de 60 brasileiros atravessaram o fogo cruzado boliviano pra comer saltenha e comprar muambas na Zona Franca de Cobija. Oficialmente, o Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil queria mesmo era fazer uma “visita de cortesia ‘a Corte de Justiça do Departamento de Pando”, apesar do momento político tenso naquele país.

Mas os arapongas da FEIA - Força Expedicionária Independente do Acre que acompanharam o furdunço, amoitados pelas ruas perigosas de Cobija acompanhados de agentes secretos da Inteligência do Exército Brasileiro, da P2 - o Serviço Reservado da Polícia Militar do Acre e funcionários do Tribunal de Justiça do Estado do Acre que não passava um cabelo juram que viram Iphones 3G, MP7s e outros bregueços atravessando de volta, arrotando saltenha, a Ponte da Amizade em direção à Tentâmen, onde o Colégio de Presidentes ralou bucho ao som de “Chupa que é de uva” ainda naquela noite.

Foi assim a noite do dia em que a Izaurinha, desembargadora presidente do Tribunal de Justiça do Acre Izaura Maia invadiu a Bolívia.
MINIDICIONÁRIO DE ACREANÊS

TORANDO UM AÇO – Morrendo de medo
SIRIBÔLO – Espécie de confusão ou algazarra; o mesmo que furdunço
CISMAR DAS TAMANCAS – Tomar iniciativa; agir
NÃO PASSAVA UM CABELO – o mesmo que “torando um aço”
ENFIEIRA – Embiricica
ENCASTUAR - Inserir, juntar, plugar
ABISCOITAR - Ganhar, conquistar, conseguir
DE OVO VIRADO - Muito p., de lundú, mal humorado

JORNAL GAZETA DO ACRE
Raimundo Accioly

Cidadão comum da cidade de Tarauacá no Estado do Acre, funcionário público, militante do movimento social, Radio Jornalista, roqueiro e professor. Entre em Contato: accioly_ne@yahoo.com.br acciolygomes@bol.com.br 68-99775176

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